Há poucos dias, quando lia um trabalho do colega Gustavo Kruschewsky, honrado que fui com a distinção escrever o prefácio, deparei-me com as ponderações respeitáveis do autor a respeito do despreparo da maioria dos prefeitos e vereadores para o exercício dos aludidos cargos. Relativamente aos executivos chega a sugerir a obrigatoriedade de curso especial preparatório para o exercício de tão complexo “múnus”. Quanto aos edís, pondera que os eleitores deveriam ser mais responsáveis ao escolhê-los, evitando povoar as casas legislativas com indivíduos inteiramente despreparados, que se limitam (quando muito) a apresentar moções (de pesar e aplausos), indicações, atribuir nomes a logradouros públicos e conferir títulos de cidadão (até mesmo para pessoas merecedoras).
Quanto aos prefeitos entendo que o eleitor deve ter cuidados redobrados quando da escolha, pois se votar num indivíduo desonesto ou despreparado verá sua cidade sofrer, pelo menos, por quatro anos (no caso do despreparado), ou por vinte ou mais anos, no primeiro caso. Tais indivíduos preocupam-se tão somente em superfaturar obras, para guardar recursos para as futuras campanhas (reeleição, de deputado estadual, federal, etc.) pessoais, de parentes ou de apaniguados. Além de produzir tais mazelas favorecem vereadores de seu grupo ou dos que se deixam cooptar com facilidade, corrompem parte da imprensa falada e escrita, empregam parentes, constroem casas ou fornecem materiais para seus protegidos, etc. etc. O pior é que permanecem por muito tempo no poder em razão de tal tipo de conduta. Os que se deixam corromper ou “as moscas do poder” querem vê-los perpetuados, pois desse modo continuam também levando vantagens.
O despreparado é logo notado, pois imediatamente percebemos sua inaptidão para administrar a coisa pública. Falta-lhe embocadura para lidar com os problemas políticos e administrativos, além de não saber resolver até mesmo as coisas rotineiras. O lixo acumula-se nas ruas, os buracos se sucedem no sistema viário principal, a iluminação pública apresenta deficiências, etc. etc. Nem mesmo o secretariado é bem escolhido.
O despreparado, entretanto é menos nocivo. Sendo logo identificado, causa apenas malefícios pelo espaço de tempo do seu mandato, quando não é cassado antes. Já o “sagaz” engana por muito tempo e se não houver por parte da população consciente uma campanha sistemática de moralização e de repúdio por tal tipo de atitude ele se perpetua no poder por muito tempo (diretamente ou através de sucessores do mesmo naipe).
No próximo ano teremos eleições municipais. Não custa refletir sobre o tema. Lembre-se bem: Se o seu filho estiver doente você não vai procurar um médico incompetente, procurará se possível, o melhor. O mesmo acontece se você estiver necessitando de um dentista, de um advogado, etc. Sem dúvida procurará sempre um profissional de bom nível.
PERGUNTAMOS AGORA?
Se temos tal cuidado ao escolher um profissional para cuidar dos nossos interesses ou da nossa saúde, porque não agir do mesmo modo, ou até mesmo de modo mais criterioso, se vamos escolher o dirigente máximo de nossa cidade, ou dos que vão legislar por nós ou fiscalizar nosso prefeito?
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