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quarta-feira, 18 de abril de 2012

ESTRATÉGIAS


ESTRATÉGIAS: DEFESA E POLÍTICA

Os habitantes das antigas e medievas cidades costumavam erguer fortes muralhas no seu entorno para defender-se dos ataques das hordas bárbaras (eram considerados bárbaros todos os povos que viviam além das fronteiras romanas e gregas). Tais muralhas, construídas com enormes pedras, continham seteiras e postos de vigilância proporcionando condições aos habitantes (comunas, burgos, etc.) de exercitar todos os meios eficazes de defesa. Tais como atirar setas, disparar as catapultas, derramar água e óleo ferventes sobre os pretensos agressores, enfim tudo que pudesse ser utilizado como arma. Evitar a entrada dos inimigos era garantir sua incolumidade. Além disso, havia proteção especial suplementar – a área cercada de muralhas era circundada por profundo poço, cheio de água, às vezes até com crocodilos e enguias elétricas. Para acesso ao forte portão de entrada era necessário baixar uma ponte levadiça, o que só poderia ser feito com controle absoluto dos moradores da área fortificada. Fora dessa hipótese só arrombando a muralha com o uso de “aríete” ou com estratégias como a utilizada pelos espartanos, na guerra de Troia – quando conseguir introduzir soldados na cidade, que estavam escondidos no interior de um gigantesco cavalo de madeira colocado à frente do portão de entrada, à guisa de presente (o famoso presente de grego).
Os gregos, que eram os mais civilizados dos povos antigos, além de adotar tais métodos de defesa inovaram no sentido de celebrar acordos e armistícios após guerras, bem como realizando prévios acordos para evitar futuros conflitos. Nesses casos ou mesmo quando iam receber visitantes ilustres, ao invés de baixar a paliçada e abrir o portão de entrada da fortaleza, preferiam demolir parte das muralhas (abrindo brechas) e receber tais visitantes com as honras de praxe da época. Tomavam tal atitude para demonstrar que estavam  com os espíritos completamente desarmados, passando ao(s) visitante(s) a sensação de segurança absoluta, pois haviam, de modo concreto, eliminado sua principal defesa. A cidade, simbolicamente, passava a ser do visitante (s). Se alguém corria risco era o anfitrião. Desse modo, atenienses, espartanos, tebanos, macedônios, cipriotas, e os outros habitantes de outras cidades estado da Grécia, inclusive os das ilhas de Lesbos, Quios, Cós, Creta, Rodes Corfu, Lemnos, Cárpatos e Andros, puderam estabelecer duradouros e proveitosos tratados de paz.
Pois bem, o exemplo grego nunca foi tão digno de ser imitado quanto agora pelo povo e pelos partidos políticos de Ilhéus. Todos nós sabemos quem é nosso inimigo comum.  A cidade está pagando um preço absurdo por não ter sabido escolher, durante cerca de duas décadas seus representantes e dirigentes (salvo honrosas exceções). Há muito tempo não temos ou temos poucos representantes na Assembleia Legislativa do Estado ou na Câmara Federal. Desse modo coisas primárias que poderiam já estar resolvidas, continuam em compasso de espera como outra(s) ponte(s) entre Ilhéus e Pontal, duplicação da estrada Ilhéus-Itabuna, ampliação do Porto de Malhado, novo porto (complexo intermodal), acesso Distrito Industrial/Porto, aeroporto, etc. Não tendo representantes junto à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal deixamos de ter interlocutores junto aos governos do estado e federal. Tanto governadores quanto presidentes da república não teem que negociar com Ilhéus, quando necessitam aprovar projetos de seus interesses. Assim negociam com representantes de outras cidades, para onde são direcionadas as obras (na base do toma lá dá cá). Sobre esse assunto é interessante lembrar que na época de eleições proporcionais votamos em mais de trezentos candidatos de fora desprezando os nossos. A quem isto interessa? Sem dúvida a quem pretende se impor como única liderança da cidade. Quando dessas eleições normalmente forasteiros, encaminhados pelo Sassá Mutema de Plantão, aos principais vereadores e lideres comunitários de bairros, distritos e povoados mediante pagamento de determinadas importâncias conseguem arranjar grande quantidade de votos aqui no município, evitando que os candidatos (minhoca) da terra se elejam. Isso tem que acabar.
Também devemos observar que a figura que enfocamos como prejudicial aos interesses da cidade – pois só cuida da promoção pessoal – é o grande INIMIGO que temos a enfrentar no próximo pleito. Vale celebrar os acordos e armistícios, alianças (até com o CAPETA; que me desculpem os cristãos, evangélicos, mulçumanos, umbandistas, zoroastristas, brâmanes, budistas e outros “istas”)  com todos os segmentos sociais e políticos capazes de fortificar cada vez mais essas muralhas que os gregos nos ensinaram tão bem a construir. Num próximo artigo continuarei tratando do assunto. Vou focalizar as estratégias que podem ser adotadas pelo grupo do PT e pela FRENTE UNIFICADA.

CINE TEATRO ILHÉOS - AHISTÓRIA NÃO CONTADA


CINE TEATRO ILHÉOS.
PRELIMINARMENTE: - Confesso-me constrangido ao ser obrigado a tratar do assunto constante do título da matéria, porém sinto-me no dever de fazê-lo, tendo em vista o que foi publicado na edição de 05/04, pag. 7, deste prestigioso Jornal.
Embora a referida matéria seja rica em alguns detalhes é omissa, “permissa vênia” quanto a aquisição pelo município de Ilhéus do prédio onde se situa esta importante casa de espetáculos.
Longe de mim  querer aproveitar o espaço da coluna Cantinho do Pescador para qualquer tipo de promoção pessoal. Tomo tal atitude apenas no intuito de restabelecer a verdade – omitida em grande parte, na matéria que tratou da reforma do Cine Teatro Ilhéus, referindo-se à História do Teatro.

A HISTÓRIA QUE NÃO FOI CONTADA.
Na década de 60 meu pai – Antônio Olympio da Silva- comprou o Cine Teatro Ilhéus a Hermínio Martins e o cedeu à empresa Cine Sul (exibidora de filmes) que possuía extensa rede de cinemas em Ilhéus (Cine Brasil, Aliança e Guarany), Itabuna, Itajuipe, Coaraci, Ibicaraí, Itapetinga e Vitória da Conquista.
No início da década de 70 o prédio entrou em reforma. Pretendia-se retirar os camarotes, modificar a estrutura das paredes e do teto além de construir novas instalações sanitárias e ampliar o mezanino. Ao tentar demolir a parede lateral – logo após o “Ponto Chic” surgiu o grande problema. A parede fora construída com grandes pedras ligadas com argamassa com óleo de baleia (técnica de construção portuguesa). Fernando (meu irmão) e Valdir, sócios da empresa Cine Sul, desistiram da reforma, coincidentemente na ocasião em que desfizeram a sociedade. Desse modo o prédio ficou sem utilização temporária, servindo de valhacouto para pivetes e marginais, que tinham acesso ao seu interior pela brecha aberta na parede lateral.
Em l976 elegi-me prefeito de Ilhéus e após ter assumido a administração municipal, recebi uma proposta de Ary Heine (pai de Maria Luiza, à época esposa do mano Ruy Diógenes, no sentido de nos associarmos na construção de um hotel na área. Levei a proposta à apreciação de minha mãe e os demais membros da família (filhos, noras e genros),que marcou uma reunião para discutir o assunto. José Fialho, José Moura Costa e Wilson Rosa (maridos das irmãs Maria Lygia, Maria Heloina e Maria Beatriz) posicionaram-se contrários à proposta, sob o argumento de que “meu pai, se estivesse vivo, provavelmente, gostaria que a Cidade conservasse um pouco da sua história, preservando a antiga casa de espetáculos.
Minha mãe então sugeriu que colocássemos em votação a proposta de construção do hotel ou a que apresentava de doação do prédio ao Município de Ilhéus. Embora fosse dona de metade do imóvel (viúva meieira), declarou que seu voto teria o mesmo valor dos demais condôminos. Todos (filhos, noras e genros) votaram pela doação, exceção de Fernando, que declarou não ter qualquer motivação para abrir mão de parte de seu patrimônio. Aduziu, ainda, que pouquíssimas pessoas dariam valor àquele ato, pois gratidão e reconhecimento são muito raros ou simplesmente não existem quando pessoas ligadas a determinados grupos políticos não fazem parte do naipe dos doadores.
No dia 28 de junho (aniversário da cidade) coloquei no programa de atividades comemorativas: Missa de Ação de graças, doação do prédio do Cine Teatro “Ilhéos” e inauguração de várias obras.
O ato de doação teve o seguinte cerimonial que foi narrado e irradiado Poe Elival Vieira (proprietário do Foco Bahia): Lavratura e leitura da escritura de doação pelo tabelião Raymundo Pacheco Sá Barreto, assinatura dos doadores e do representante do Município e testemunhas. Como testemunhas assinaram Henrique Weill Cardoso e Silva, Freitas Nobre (líder da bancada do MDB), Jorge Paulo e Hélio Souto - todos deputados da bancada do MDB e membros da comissão de agricultura da Câmara Federal.
Foi descerrada uma placa alusiva ao evento constando os nomes de: Dona Heloína Rhem da Silva, Antônio Olímpio Rhem da Silva e Maria Amélia, Maria Lygia e José Fialho Costa, Maria Heloína e José Dunham Moura Costa, Maria Beatriz e Wilson Rosa da Silva e Ruy Diógenes Rhem da Silva e Maria Luíza Heine. Pelos convidados falou o Deputado Freitas Nobre que enfatizou o fato de “pela primeira vez ele teve notícia e presenciou um ato de tamanha significação, onde um prefeito e sua família doavam um prédio histórico e de grande valor comercial a uma cidade, para integrá-lo ao patrimônio cultural e histórico da municipalidade. Tal atitude deveria servir de exemplo a uma grande maioria de políticos que exercem o poder apenas para levar vantagens pessoais”.
Tal referência foi repetida à noite, no discurso proferido na inauguração da Praça Cairú.
Com a doação, eu pretendia recuperar o Cine teatro “Ilhéos” e reinaugurá-lo por ocasião do centenário em 1981, com uma nova designação: Casa da Cultura Adonias Filho. À época o ilustre Ilheense era o presidente do Conselho Federal de Cultura.
Adonias alocou recursos no orçamento da instituição para pagamento do projeto arquitetônico (CR$ 450.000,00), que ficou a cargo do também Ilheense Carlos Reis Campos (filho de Dr. Aristeu Campos) e mais CR$ 500.000,00 para o início das obras.
Embora eu tivesse a intenção de inaugurar a obra em 28 de junho de 1981, surgiram alguns problemas incontornáveis de imediato. Minha mãe tinha excluído da doação a parte do “Ponto Chic” sob a alegação de que Gileno Araújo começara sua vida como pequeno empresário naquele local e não queria deslocá-lo do ponto. Adonias aduziu que aquele apêndice do prédio estava integrado à sua arquitetura, que devia ser conservado.
O projeto feito pelo arquiteto Carlos reis Campos utilizava a referida área e a modificava. Como Fernando não doou sua parte o Município teria que desapropriá-la e ainda convencer minha mãe a doar a parte do ponto Chic. Também a parte de Fernando do referido imóvel teria que ser desapropriada. Não haveria tempo para cumprir as formalidades judiciais da desapropriação e reconstruir o imóvel, segundo o novo projeto a tempo de inaugurá-lo no centenário.
Na mesma época iniciei a construção da Central de Abastecimento, que passou a constituir-se na prioridade número um do Governo. Resolvi deixar o problema para o sucessor.
Nesse ínterim ruiu o teto do prédio e assim ficou até que meu sucessor, após desapropriar a parte de Fernando e uma casa nos fundos do prédio, onde funcionava o escritório do Cine Sul. Por ocasião da inauguração do novo teatro nenhum dos doadores recebeu convite para o ato e a placa de doação (na parede à direita da entrada) foi substituída por outra alusiva ao evento.
Quando me elegi, outra vez, em 1992, nomeei Sá Barreto para a Presidência da Fundação Cultural de Ilhéus. Sob sua administração o Cine Teatro Ilhéus passou por grande reforma interna, com troca de poltronas, tapete novo, serviço de som, iluminação, etc. Na reinauguração Sá Barreto prestou uma homenagem póstuma a minha mãe, recolocando a placa alusiva à doação com o nome completo de todos os doadores.
Com o retorno de Jabes ao governo, a placa foi outra vez retirada e substituída por outra constando o nome completo da equipe de arquitetos e uma discreta referência aos doadores, constando o nome “D. Heloína R. da Silva  e seus familiares”.
Sem dúvida o gesto da retirada das placas é pequeno e teve como objetivo apagar da memória do povo o gesto da família de Antônio Olímpio Rhem da Silva.
Sem outros comentários, mas restaurando a história, juntamos uma foto da placa acima referida colocada a mando de Jabes para que os leitores analisem o sentido.