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quinta-feira, 19 de maio de 2011

A FACE HILÁRIA DA CIDADE

O BRINDE
Na famosa fase áurea do cacau os coronéis (da Guarda Nacional) desfrutavam de enorme prestígio. Nenhum evento importante se realizava sem a presença de alguns deles, que eram convidados especiais. Até mesmo em festas de casamento, noivado, aniversários, qualquer tipo de comemoração pública ou particular, não se dispensava a presença deles.
Numa determinada festa de casamento, sem qualquer consulta prévia, os pais dos nubentes anunciaram que o coronel Brederodes faria um brinde ao novel casal. Ocorre que o aludido coronel era semianalfabeto tendo, consequentemente, enorme dificuldade de falar em público, principalmente de improviso. Entregaram-lhe a taça de champanhe e na hora de falar lá vem a dificuldade. Querendo dizer que a missão que lhe foi confiada era muito árdua e que tentaria superar as dificuldades para desincumbir-se do honroso encargo, começou: “Dura, dura, muito dura. Espinhosa, espinhosa, muito espinhosa.” Queria dizer que a missão era difícil, enquanto esperava que lhe viesse inspiração para formular a mensagem. A inspiração, entretanto, não chegava e ele continuava: “Dura, dura, muito dura. Espinhosa, espinhosa, muito espinhosa.” Ao repetir pela terceira vez o refrão: “Dura, dura, muito dura. Espinhosa, espinhosa muito espinhosa”, foi surpreendido (ele e todos os circunstantes) com a intervenção do irreverente e desbocado Coronel Eustáquio Fialho, (que raramente estava sóbrio), que “berrou” bem alto: “ISTO É PICA DE GATO”.
Desnecessário será dizer que a recepção acabou em confusão e briga.

A SUBLIME ARTE DE DIZER BESTEIRAS

CAUSOS DE GABRIEL
Eleito deputado estadual Gabriel notabilizou-se pela maneira folclórica de apresentar seus discursos, indicações, requerimentos e projetos de lei. Quando ocupava a tribuna os assessores e demais funcionários lotados nos gabinetes dos outros deputados apinhavam-se nos balcões para ouvi-lo. Certa feita ele apresentou um projeto de lei, que considera de grande importância, e pediu aos seus colegas de bancada que o apoiassem. A liderança da oposição negociou com a bancada governista, que se comprometeu a aprovar o projeto de Gabriel, caso aprovássemos a relação de conselheiros (Conselho de Cultura do Estado) remetida pelo Governo do Estado. Firmado o compromisso a oposição votou favoravelmente na relação dos conselheiros do governo, porém o Governador do Estado fechou questão em relação ao projeto de Gabriel, alegando que lhe era prejudicial politicamente. Apenas o líder do governo votou a favor – o líder da época era o deputado Luiz Eduardo Magalhães – que alegou que assumira o compromisso em nome da bancada. Revoltado com a posição assumida pela situação Gabriel foi à Tribuna e baixou “o pau” nos governistas, acusando-os de carneiros do Governador – João Durval Carneiro. Raimundo Sobreira, que era seu grande amigo, quis justificar sua posição alegando tratar-se de questão fechada, do ponto de vista partidário, e solicitou um aparte. Gabriel negou o aparte dizendo: “Não concedo aparte nenhum; V.Excia., é um Judas Carioca”.
De outra feita ele apresentou uma indicação solicitando do governador providências nop sentido de recuperar um trecho de uma rodovia entre duas pequenas cidades onde ele tivera expressiva votação. Como o presidente da Assembléia Legislativa era seu amigo e levou a matéria à votação ele o procurou e perguntou-lhe a razão daquela atitude. O Presidente respondeu-lhe que “era para evitar constrangimentos”. Constrangimento Cuma? Perguntou. O problema é que a indicação estava plena de erros de português e o Presidente quis evitar o desgaste do colega, porém, delicadamente, disse; ”Olha Gabriel ainda que nós deputados votássemos favoravelmente e Governador não teria condições de atender seu pedido”. Como assim? A estrada só tem dezessete quilômetros e o investimento era muito pequeno. O Presidente finalizou: “Não seria possível conseguir o material específico em quantidade suficiente, você pediu para ENCASCARALHAR a estrada”.

terça-feira, 17 de maio de 2011

A SUBLIME ARTE DE DIZER BESTEIRAS

OS IRMÃOS CUMA

Ferdinando e Gabriel Gonçalves notabilizaram-se na região de Gameleira e seu entorno pelo besteirol, principal característica de seu modo de falar. Entre outras coisas perguntavam: “Cuma”? Ao invés de Como?. Daí o apelido do sobrenome.
CAUSOS DE FERDINANDO

Ferdinando construiu uma mansão numa das suas fazendas e, impressionado com a piscina com ondas de Brasília, instalou uma na área de lazer da imponente casa. Querendo dotar a nova construção de decoração adequada convidou o escultor Raimundo Teixeira e o incumbiu de tal mister. Raimundo falou-lhe: “Olha Ferdinando eu sou apenas escultor, portanto poderia apenas responsabilizar-me pela feitura de algumas esculturas, para decorar alguns ambientes da casa. Quanto à decoração propriamente dita, você deverá procurar um especialista, de preferência que lhe conheça bastante; para que possa adequá-la à sua maneira de viver – ao seu estilo. Caso queira contratar algum estranho tenha o cuidado de convidá-lo para passar pelo menos uns quinze dias consigo, para que ele possa perceber seu gosto e seu modo de viver. Só dessa maneira ele poderá decorar sua mansão adequadamente. Não tomando tal cautela corre o risco de a decoração sair ao gosto do decorador e você sentir-se um estranho na sua própria casa. A decoração perfeita é aquela que reflete o gosto, a personalidade e a maneira de viver do dono da casa.
O que eu posso fazer é ajudá-lo na aquisição de algumas obras de arte. Por sinal no próximo dia 16 haverá um leilão de obras de arte em São Paulo e, caso você queira, posso ajudá-lo na aquisição de algumas peças.
Chegando ao local do leilão Raimundo recomendou-lhe muita cautela, pois no meio de peças de valor entrava muita coisa falsificada e alguma bagulhada. Só faça qualquer lance quando eu lhe der um discreto “cutucão”. Iniciado o leilão o leiloeiro começou com um jogo de porcelana chinesa da Dinastia Ming, seguiu-se uma escultura etrusca, vasos da civilização Minóica, tapetes persas, etc. Ferdinando olhava para Raimundo que continuava impassível (não gosta das peças apresentadas). A determinada altura o leiloeiro disse: “Senhoras e senhores, este é o momento culminante deste leilão. Guardamos esta preciosidade para o final. Trata-se de um óleo sobre tela do maior pintor clássico do mundo, nem mesmo Michelangelo Antonioni lhe igualou em talento. Além de pintor destacou-se em escultura, humanidades, de um modo geral, ciências, etc. Virando o quadro para o lado onde estavam Ferdinando e Raimundo disse: Trata-se de um Leonardo da Vinci. Neste momento Raimundo aplicou discreta cutucada em Ferdinando, que se levantou e disse: “Se Leonardo dá vinte Ferdinando dá trinta.”
De outra feita, Ferdinando pediu a Raimundo para acompanhar sua segunda esposa a uma viagem à Europa, enquanto ele ficaria fazendo campanha para deputado federal na região de Gameleira e cidades circunvizinhas como Jacarandá, Juerana, Peroba, Maçaranduba, etc. Numa determinada tarde Raimundo telefonou de Barcelona avisando que estiveram numa exposição de pintura e ele aconselhara sua mulher a adquirir uma obra de arte por preço de ocasião. A compra tinha sido feita por um preço inferior a cinco vezes o valor real – tratava-se de um valioso PICASSO. Ferdinando disse-lhe: “Olha Raimundo, eu não quero ficar por baixo nesta história não. Compre um BUCETAÇO para mim.”
Certo dia fui convidado para uma entrevista numa rádio de Gameleira – ocasião em que disputava uma eleição para deputado estadual e havia um surto de cólera morbus na região. Ferdinando estava concedendo uma entrevista sendo acompanhado por sua Assessora de Comunicação. Declarou: “Precisamos urgentemente resolver o problema desta epidemia. Temos que combater, sem trégua, o EMBRIÃO COLÉRICO. A assessora “soprou” discretamente: Vibrião Colérico. Ferdinando retrucou: Pouco importa se Embrião ou Vibrião, eu quero mesmo é destruir esta praga”.
Ferdinando estava na lanchonete da Câmara dos Deputados, em Brasília, em companhia do seu colega alagoano José Thomaz Nonô, quando pediu um pastel e um copo de leite. Partiu e esmagou o pastel colocando-o dentro do leite. Mexeu, com uma colher, e bebeu o leite misturado com os pedaços de pastel. Nonô, intrigado, perguntou: “Ferdinando, que moda é esta?”. RESPOSTA: “O médico recomendou que só tomasse leite PASTERIZADO”.