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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sobre Eusínio Lavigne

SOBRE EUSÍNIO LAVIGNE

Os fortes ventos (sul e nordeste) que sopraram na sexta e segunda feira, respectivamente, dias 20 e 23, fluentes, não me permitiram pescar no “Buraco Doce”, porém ensejaram-me condições de ler com atenção o livro de Dr. José Léo Lavigne sobre seu pai, o inesquecível prefeito de Ilhéus e cidadão exemplar, EUSÍNIO LAVIGNE. Saliente-se que já havia lido anteriormente matéria escrita por Carlos Pereira Neto sobre o proeminente homem público, bem como o livro de Maria Luiza Heine, sobre o IME e o Dr. Eusínio (ex-prefeito).
 Comprometi-me com Ed escrever matéria sobre este importante intelectual, jurista, humanista, político de escol e cidadão admirável – PARADIGMA DE CARATER E HONRADEZ – como, com absoluta justiça, José Léo (um dos seus filhos) intitula o importante livro que escreveu sobre seu honrado pai. Tal matéria será publicada no seu Blog, porém por mais poder de síntese que eu possa revelar, sem dúvida não conseguirei resumir, sem prejuízo de conteúdo, escrever tudo em uma lauda e meia, conforme sua recomendação. Desse modo vou aduzir algumas passagens importantes e tecer comentários pessoais sobre alguns fatos que considero de incomensurável importância, não abordados na matéria hiper-resumida.
Entre os comentários que farei sobre a admirável figura de Eusínio Lavigne destaco a honestidade a toda prova o senso de justiça, o equilíbrio, a capacidade administrativa, a coerência, a ética, a visão de futuro, o preparo intelectual e, até mesmo, o “romantismo” no modo de encarar a palavra empenhada. Eusínio foi a encarnação do cumprimento da palavra, naqueles saudosos tempos em que o “fio do bigode” valia tanto quanto a assinatura num contrato ou num aval. Ele chegou ao absurdo de fixar preço para a venda de uma de suas fazendas e o pretenso comprador demorou cerca de noventa dias para “fechar” o negócio. Nesse ínterim o preço do cacau em amêndoas subiu mais que o dobro. Temeroso por perder o negócio o pretenso comprador procurou Eusínio perguntando-lhe “qual seria o preço agora”? Obteve como resposta: “O mesmo que lhe dei anteriormente; minha palavra eu cumpro invariavelmente, mesmo com qualquer prejuízo”. Vendeu a fazenda por um preço, pelo menos três vezes inferior ao valor real.
Só conheci outro fato igual. Meu cunhado José Fialho ofereceu ao Capitão Durval Oliveira CR$3.000.000,00 de cruzeiros pela sua fazenda “Corcovado”, em Almadina tendo o fazendeiro dito que aquele valor era justo, porém ele não queria vende-la. Três anos depois procurou José Fialho e comunicou que agora queria vender a fazenda, dizendo-lhe que o preço era o mesmo oferecido anteriormente – que ele tinha achado justo. Por isso mantinha o preço, honrando sua palavra. Saudosos tempos em que a palavra tinha significado de honra. Hoje preponderam os espertalhões.
Eusínio possuía três grandes fazendas ao assumir a prefeitura em 1930, como intendente (prefeito) e ao deixar o cargo teve que vender duas delas para pagar dívidas pessoais. Até parece com alguns que o sucederam; que nada tinham e hoje são milionários, sem que acertassem em nenhuma loteria ou convolassem núpcias com mulheres ricas.
Além dos livros de direito (Ação Demarcatória e Ação Rescisória e Coisa Julgada) que escreveu em parceria com seu sócio de escritório Dr. Mesquita (em Salvador), foi autor de mais de vinte outros livros, além de uma infinidade de artigos, em jornais e revistas do país.
Foi participe em diversos movimentos sociais e políticos importantíssimos para nossa região e para nosso país, cumprindo salientar os seguintes: Revolução de 30 (que levou Getúlio Vargas ao poder, após a eleição fraudada, em que perdeu para Júlio Prestes), campanha civilista de Ruy Barbosa, campanha pelo petróleo (O Petróleo é Nosso), pelo porto de Malhado, enviou correspondência ao presidente da república apresentando sugestões para nova divisão territorial do Brasil e foi o lançador da ideia de criação do Estado de Santa Cruz. Tomou esta última iniciativa quando, em 1946, surgiu a ideia do desmembramento do nosso município em vários outros, quando emanciparam-se Guaraci, Pirangy, Água Preta, Barro Preto, etc. Na ocasião enviou carta à Câmara de Vereadores através do líder do PSD, vereador Juvêncio Pery Lima, obtendo o apoio de todos os outros lideres partidários, inclusive o do UDN, Henrique Cardoso que, posteriormente quando deputado federal apresentou projeto de criação do Estado de Santa Cruz. Tal projeto foi reapresentado pelo deputado Fernando Gomes.
Eusínio colou-se frontalmente contra a construção da catedral Dom Eduardo no local em que foi construída (antiga capela de São Sebastião), por entender que o local era inadequado, bem como em razão da planta, que entendia não ter estilo definido (era uma Babel de estilos). Chegou a oferecer moderna planta (paga pelo município) que deveria ser edificada na Cidade Nova – área de expansão da Cidade, com loteamento bem planejado e com ruas bem largas. Aliás, este assunto foi tratado com detalhes no suplemento especial de Diário de Ilhéus de domingo pretérito, dia 22/04.
Além desses flashes, aqui focalizados, existem muitas outras coisas interessantíssimas que comportam menção especial. Caso o espaço que utilizarei na matéria resumida que vai ser enviada para o blog fotossíntese de Ed Ferreira não seja suficiente complementarei em novo espaço.
Estas anotações serão publicadas em nosso blog (blogdoaolimpio.blogspot.com) e o r2cpress. Ficam autorizados os demais blogs e outros veículos de comunicação a publicar integral ou parcialmente esta matéria, evidentemente citando a fonte de referência.

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