Muito mais do que a torcida do Santos, a turma da terceira idade sente falta da atuação regular do "GANSO".
Nossa intenção é disponibilizar variados assuntos e notícias. Tais notícias versarão sobre coisas do cotidiano, comentários políticos, pesca, culinária, notas sobre o legislativo ilheense, artigos esparsos e matérias constantes de livros, que pretendo publicar.
Quem sou eu

- Blog do A.O.
- PROVE SEU AMOR POR ILHÉUS. NÃO VOTE EM LADRÃO, OPORTUNISTA OU DESPREPARADO
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
sexta-feira, 13 de julho de 2012
ESTRATÉGIAS DE CAMPANHA
Há cerca de um mês escrevi uma
matéria sobre “Estratégias – Defesa e Campanha”. Na ocasião focalizei o costume
dos habitantes das antigas cidades de construir fortes muralhas no seu entorno,
visando protege-las do ataque de hordas estrangeiras.
Focalizei, também, os caminhos
que deveriam tomar a Frente Unificada e o PT, visando tornarem-se competitivos
em relação ao candidato Jabes – praticamente imperdível, à época. A situação
agora está bastante mudada. A frente unificada desfez-se por completo. O
candidato mais forte da “frente” passou a integrar a chapa de Jabes como
vice-prefeito. Aparentemente tal adesão
tornaria a candidatura Jabes muito mais fácil, porém a grande verdade é que a
grande maioria dos eleitores de Cacá votava nele em razão de ser um candidato
de oposição a Jabes. Passando para o seu
lado (de Jabes) Cacá perdeu substância e autenticidade. Entendo que comprometeu
seu futuro político e contribuiu para que a “Frente” já desfeita, se
recompusesse com mais vigor. A desistência da candidatura de Ângela para compor
com Carmelita foi um passo importantíssimo para tornar o “páreo” mais
equilibrado. Ruy Carvalho e outros lideres importantes, além de partidos
políticos de expressão engrossaram as fileiras da nova Frente, tornando-a bem
mais consistente. Como falei na matéria com o título “ASSIM FALOU ZARATUSTRA” a
eleição para prefeito em Ilhéus tornou-se maniqueísta ou dualista. Trava-se, no
campo municipal, a luta de Ahaura Mazda ou Ormuzd contra Arihmã, personificando
o bem contra o mal. Saliento que não estou classificando especificamente
qualquer dos grupos como a encarnação do bem ou do mal. O eleitor, entretanto,
como na religião conhecida como Zoroastrismo, entenderá sua opção como a do bem
e a antagônica como a encarnação do mal.
Com a realização das convenções
os quadros partidários com o estabelecimento das coligações estão bem
definidos. A grande distância anteriormente existente está grandemente diluída.
A campanha mais inteligente, mais bem estruturada e com militância mais ativa,
tem tudo para prosperar. O trabalho das coordenações fará o diferencial, aliado
às mensagens dos candidatos. O chamamento da população para colaborar na
campanha e no projeto de governo serão decisivos para um bom resultado. A
população está consciente da necessidade de mudanças radicais. Maior combate à
pobreza, educação voltada para o mercado de emprego regional, mais segurança e
tributação mais justa são itens que têm que ser levados em conta, se quisermos
sair da mesmice e não ficar tão dependentes dos repasses estaduais e federais.
Ninguém acredita mais nos Mandrakes e Merlins, que usando vara de condão
transformam chumbo em ouro. Tratar com seriedade as coisas públicas é o mínimo
que se espera de um gestor público.
Além do mencionado faz-se
necessário uma maior conscientização da população, no sentido de votar em
candidatos da cidade, para cargos de deputado estadual e federal. A cidade não
tem como reivindicar e conseguir coisas importantes dos governos estadual e federal
se não tiver seus próprios representantes nas casas legislativas (estadual e
federal). Em todas as eleições aqui realizadas votamos em mais de quatrocentos
candidatos de fora. Até mesmo naqueles querem se apossar de áreas importantes
do nosso município ou que recebendo milhares de votos aqui arranjam TRINTA E
OITO MILHÕES DE REAIS PARA OBRAS EM ITABUNA e nada para Ilhéus sob alegação de
que não apresentamos projeto. Coisas desse tipo devem pesar na hora de
escolhermos em quem votar. Vamos aguardar a atuação dos grupos e as estratégias
adotadas, torcendo para que a população desta vez acerte. Lembrem-se o erro ou
o acerto recaem sobre nós mesmos. Escolha certo ENTRE O BEM E O MAL. Não há
outra saída.
quarta-feira, 4 de julho de 2012
ASSIM FALOU ZARATUSTRA
Com este título o famoso filósofo
alemão Nietzsche escreveu um livro, que após traduzido, foi publicado pela
Editora Companhia das Letras, de São Paulo.
Zaratustra ou Zoroastro teria
nascido na Pérsia, no século VI- A.C., e foi o reformador da religião conhecida
como mazdeísmo – antiga religião da Média. Tal religião – O ZOROASTRISMO - caracterizava-se
por dois princípios supremos – O BEM E O MAL. Este sistema religioso-filosófico
repousa no postulado básico de uma contradição dualística, a do bem e a do mal,
inerente a todos os elementos do universo.
O ZOROASTRISMO prescreve a fé em
um único deus, AHAURA MAZDA ou ORMUZ. Tal divindade seria o criador e guia
absoluto do universo. Dele emanam, seis espíritos, os Amesas Spenta, Vohu-mano,
Asa-Vahista, Khsatra Varya, Spenta
Aramaiti, Haurvatat e Amertat, que juntamente com AHAURA MAZDA, travam luta
permanente contra o princípio do mal, ANGRA MAINYU, ou ORIMÃ, que por sua vez
se faz acompanhar por entidades demoníacas: mau pensamento, mentira, rebelião,
mau governo, doença e morte.
Desse modo AHAURA MAZDA,
auxiliado pelos seis espíritos do bem, trava luta permanente contra o mal,
personificado por ANGRA MAINYU e as entidades demoníacas. Embora AHAURA MAZDA
seja um deus único ANGRA MAINYU encarna as forças do mal e por isso recebe
combate permanente das forças do bem. Embora os indivíduos tenham liberdade
para decidir-se pelo mal poderão vir a ser castigados após a morte, enquanto os
praticantes e seguidores do bem tornam-se merecedores de recompensas divinas.
Como se pode observar o Zoroastrismo era uma religião maniqueísta que indicava
apenas dois caminhos a seguir, o do bem e o do mal, sendo que o bem sempre
triunfaria.
Sem querer aprofundarmo-nos na
análise de tal religião, nem mesmo compará-la com qualquer outra existente,
parece-nos que a população de Ilhéus está na eminência de converter-se, em sua
totalidade, ao ZOROASTRISMO. Também não queremos apontar onde estariam
localizadas as forças do mal e as do bem. Dotados de livre arbítrio, os
ilheenses terão que escolher, nas próximas eleições, sem outras opções viáveis,
entre Jabes e Carmelita. A cada eleitor caberá avaliar o que é melhor para a
nossa cidade, levando em consideração quem encarna as forças do bem e as do
mal.
AFINAL DE CONTAS ILHÉUS
CONVERTEU-SE AO ZOROASTRISMO. ASSIM
FALOU ZARATUSTRA.
terça-feira, 19 de junho de 2012
A SALAMANDRA DE OURO
Há cerca de sessenta anos
assisti, no quase centenário Cine Teatro Ilhéos, o filme intitulado A Salamandra de Ouro, que inspirou-me a
escrever a matéria de hoje. Lembro-me, ainda, que foi estrelado pelo talentoso
ator inglês Trevor Howard, personificando um famoso professor de paleontologia
da vetusta Universidade de Oxford. O aludido professor defendia a tese da
existência de uma antiga civilização na região da Germânia, que teria
desaparecido em razão de violento abalo sísmico, ocorrido antes do
estabelecimento de civilizações europeias bem antigas, tais como: grega,
minoica, etrusca, celta, burgúndia, huna, visigótica, gaulesa, etc. Segundo o
respeitável mestre as edificações estariam soterradas há aproximadamente trinta
metros de profundidade, nos limites da antiga Germânia com as fronteiras do
antigo Império Romano. Tal tese, defendida com brilhantismo e entusiasmo pelo
renomado paleontólogo, encontrava defensores entusiastas entre seus alunos,
colegas universitários, cientistas e, até, entre ricos empresários ingleses.
Desse modo não foi difícil encontrar apoio oficial e patrocínio para organizar
uma expedição exploratória. O grupo estabeleceu-se num sítio próximo a possível
localização da antiga civilização perdida, situado no subúrbio de uma cidade
importante. Logo depois de estabelecidos começaram a realizar as escavações,
encontrando os primeiros vestígios há cerca de vinte metros de profundidade.
Todas as peças, à medida que iam sendo encontradas, eram devidamente recolhidas
e catalogadas. Entre as peças a mais importante era uma escultura em ouro de
uma salamandra. Tal peça continha uma inscrição em um idioma não conhecido.
Logo o mestre iniciou pesquisas objetivando traduzir a inscrição, valendo-se
dos seus conhecimentos de sânscrito, das escritas cuneiformes, hieroglíficas e
outras bem antigas. Chegou mesmo a deixar as pesquisas de campo a cargo de
substitutos para dedicar-se integralmente à tradução. Numa dessas noites de
pesquisa presenciou acidentalmente um assassinato cometido numa casa fronteiriça
ao prédio onde estava albergado. Pensou imediatamente em procurar a polícia
local e fazer a denúncia, porém imaginou que tomando tal atitude perderia o
foco de seu importante trabalho, além de enfrentar a possibilidade de incompatibilizar-se
com alguma organização criminosa, patrocinadora do crime que presenciara.
Alguns dias depois da ocorrência,
o veículo que o transportava até o local das escavações perdeu os freios e
quase despencou num precipício. Posteriormente descobriu-se que o acidente foi
provocado por alguém, que teria mexido no mecanismo dos freios. Logo depois
desse acidente aconteceu outro; o desabamento de uma galeria, que despencou
sobre o professor e alguns operários, quase os vitimando. Concomitantemente, a
inscrição da salamandra foi traduzida. Significava: “NÃO SE COMBATE O MAL
IGNORANDO-O E SIM ENFENTANDO-O”. Após refletir longamente sobre o significado
da inscrição o professor resolveu tomar nova atitude. Procurou a polícia local
e forneceu todas as informações sobre o crime que presenciara, proporcionando
condições para seu esclarecimento completo. Além do referido crime o grupo
criminoso tinha sido responsável por grande número de outros eventos do gênero.
A lembrança com detalhes do filme
A Salamandra de Ouro fez-me pensar
sobre algumas coisas importantíssimas do quotidiano que não damos a devida
atenção. Determinados assuntos que diretamente não nos afetam deixamos de lado
ainda que sejam altamente danosos a outras pessoas. Antes de nos omitirmos em
face de tal tipo de problema devemos levar em conta que a ocorrência poderia
ser conosco ou com alguém da nossa família. Se tomarmos consciência de que é
obrigação do cidadão participar das coisas que acontecem em sua comunidade
jamais deixaremos de combater o que considerarmos errado. O que é errado, ainda
que não nos afete diretamente em determinado momento, fatalmente nos atingirá
em futuro próximo e aí já será tarde para remediar o mal.
Estamos tratando deste assunto
porque estão se aproximando as eleições, época em devemos exercer com sabedoria
(não é esperteza) o nosso direito de voto. Ao exercitarmos tal direito devemos
levar em conta o interesse público. Votar por mera simpatia ou pela expectativa
de receber algum favor é algo de muito errado. Em tais casos estaremos
colocando nossa conveniência pessoal acima do interesse geral. Analisem a
situação da nossa cidade. Vejam como está a arrecadação. Quanto está devendo em
razão de obras contratadas com preços superfaturados, de precatórios
trabalhistas oriundos de demandas fabricadas por governantes com pouco
escrúpulo ou despreparados, de obrigações fiscais (INSS, FGTS, PIS/PASEP)
oriundas de obras contratadas com empresas inidôneas. Neste último caso
empresas que não recolheram obrigações fiscais e o município foi obrigado a
assumi-las, como contribuinte substituto. Além de tais fatos, altamente danosos
ao interesse público, somem-se as perdas de PETROBRAS, BRASILGÁS, etc., etc.,
etc. Não bastasse tudo isto leve em consideração o fato de que Ilhéus está sem
representação (pelo menos a que poderia e deveria ter) na Assembleia
Legislativa e na Câmara Federal, há bastante tempo. Enquanto isto ocorre uma
verdadeira legião de estrangeiros pesca nossos votos, inclusive alguns que
querem usurpar parte do nosso território.
Pense bem nisto. Não se omita.
Seu voto e seu trabalho de conscientização dos amigos e das pessoas sobre quem
você exerce influência são importantíssimos para mudar o quadro que
infelizmente instalou-se na nossa pobre cidade.
Lembrem-se da inscrição existente
na SALAMANDRA DE OURO – NÃO SE COMBATE O MAL IGNORANDO-O E SIM
EMFRENTANDO-O. O futuro de nossa
terra depende exclusivamente de cada um de nós. Não se omita. Você é muito
importante.
quinta-feira, 31 de maio de 2012
IMPRENSA ou EM PRENSA
Quando falamos imprensa
referimo-nos especificamente a jornalismo – em, todas as suas formas: jornais, revistas,
televisão, rádio ou INTERNET. Seu papel é informar exatamente o ocorrido, sem
qualquer tipo de interpretação pessoal. É como se fora uma fotografia
tridimensional, tirada com lente grande angular. Abordar o fato em parte,
escamoteando algum detalhe, ocultando, adicionando ou mesmo dando ao mesmo
algum tipo de interpretação pessoal não é correto. Por outro lado, sabemos ser
muito difícil, quase impossível, excluir do ser humano a pessoalidade. Ainda
que sutilmente tendemos a enxertar nos fatos que descrevemos algo da nossa
emoção (em alguns um pouco mais ou menos). Isenção absoluta é quase impossível.
O ser humano é emocional e a emoção, quase sempre, prepondera sobre a razão.
Não custa, entretanto, esforçarmo-nos para corrigir este defeito, especialmente
quando estivermos exercendo a função de informar. É como se fossemos testemunha
de determinado fato que estivesse sobre julgamento e que a sentença tivesse que
basear-se no nosso depoimento. Informar, pois, exatamente o que ocorreu é o
papel de quem exerce o jornalismo informativo. Agir diferentemente é desservir
à informação. A imprensa é a grande formadora de opinião e sempre será. Não
custa aos profissionais do ramo adotar o comportamento adequado.
Muitas vezes, entretanto, nos
deparamos com um quadro inteiramente inverso. Ao sabor da interpretação do
profissional a notícia é levada ao público de modo destorcido, escamoteado e,
até mesmo, omite-se o fato no todo ou parte. Tal tipo de procedimento não é
correto e não caracteriza atitude jornalística e não é novidade. Há tempos
imemoriais o expediente da distorção ou omissão dos fatos vem coexistindo com a
espécie humana – infelizmente. É que muita gente coloca o interesse pessoal
acima de tudo. Levar vantagem é o lema desse tipo de gente. “É O GANHAR NEM QUE
SEJA HONESTAMENTE”. O pior de tudo isto é que existem indivíduos que se alugam
a quem pagar melhor pelo “serviço” que prestam ou se comprometem a prestar.
Nossa cidade não foge à regra. Aqui existem os bons e maus profissionais da
comunicação (jornalistas, radialistas, etc.). O problema é que boa parte do
nosso povo não sabe diferenciá-los.
Às vezes vemos determinadas rádios,
jornais, blogs, redes sociais, etc., falarem bem de determinado político ou de
determinada administração e, até mesmo, de determinada empresa e de inopino
mudarem de orientação. Tal fenômeno ocorre em relação aos veículos de
comunicação bem como a alguns profissionais da área. Quando a mudança ocorre em
razão de desvio de conduta das personalidades ou das empresas focadas, tudo bem
é coerente. Todavia quando a coisa muda ao sabor das conveniências econômicas
de determinados grupos ou de profissionais que a integram, aí está a grande
distorção. Isto não é imprensa. É (sem eiva de qualquer dúvida) EM PRENSA. Na
maioria das vezes em que tal fenômeno ocorre, podem observar, a motivação é
econômica ou política. No último caso, alguém está pagando mais ou existe
efetiva chance de mudança no quadro político. Surgindo aí a oportunidade da
“empresa” ou o “profissional” alugar-se por preço maior.
quinta-feira, 24 de maio de 2012
CARROSEL
“Existem criaturas que nascem com
a alma vestida de libré, porque trouxeram para a vida o destino dos lacaios.”
Esta frase ou citação é de autoria do grande criminalista ROMEIRO NETO e foi
proferida durante a defesa que fez de Hebe Mascarenhas de Morais no Tribunal do
Júri do Rio de Janeiro. O brilhante advogado criminal referia-se a boa parte da
imprensa nacional que tomara partido em favor da vítima – filho do General
Mascarenhas de Morais. Segundo o causídico tais jornalistas tomaram tal atitude
em razão de interesses econômicos ou simplesmente para bajular PODEROSOS.
Tal tipo de procedimento –
bajular poderosos ou tomar posições visando exclusivamente interesses
econômicos – é coisa oriunda da mais remota antiguidade. Igualmente em relação
à aqueles que se alugam para lutar por outros países ou mesmo prestar outros
serviços, ainda que menores. Nos tempos do Império Romano tornaram-se famosos
os PUBLICANOS. Indivíduos que se alugavam aos políticos (cônsules, edis, questores,
censores etc.) para aplaudi-los em praça pública, durante seus pronunciamentos,
fossem de algum conteúdo ou um amontoado de asneiras. Esse tipo de gente foi sabiamente
apelidado de “varejeiras ou moscas do poder”. Eles, infelizmente, ainda existem
em grande quantidade e proliferam-se rapidamente, como o mosquito da dengue.
Combatê-los é o dever de cada cidadão. Não adianta, entretanto espantá-los ou escorraçá-los,
simplesmente, pois outros tomarão seus lugares. Temos que combater os corruptos
– o verdadeiro mal.
Quando estive em Portugal, em
1995, a convite da Câmara de Vereadores de Freguesia da Foz do Douro, o país
estava em plena campanha política e tive o ensejo de ver, estampada em “Outdoor”
uma propaganda super inteligente. Aparecia um monte de merda e sobre ele,
pousadas ou esvoaçando em seu entorno, um enxame de moscas. Acima, em letras
garrafais, estavam grafadas as seguintes palavras. “NÃO ADIANTA ESPANTAR AS
MOSCAS É PRECISO ELIMINAR A MERDA”.
Nunca foi tão atual e necessário
atender tal apelo. É muito natural que boa parte dos profissionais de
comunicação tomem partido pelos que estão mais fortes e com verdadeiras
possibilidades de ganhar as eleições. Afinal são empresários e vislumbram a
possibilidade de virem a ser contratados pelos vencedores do pleito. Enxergam a coisa simplesmente pelo prisma
comercial e esquecem-se de que são cidadãos – ou que deveriam ser. Entendo que
nosso país, nosso estado e nossa cidade necessitam progredir, em todos os
sentidos especialmente na educação - que
é a melhor maneira de diminuir as distâncias sociais. Desse modo não custa nada
refletir sobre o tema. Exerçamos nossa cidadania. Sei que é duro ignorar o
existencial, especialmente quando falta o prato de comida. Mas nunca é tarde
para fazer um esforço e sacrifício, quando isto pode contribuir para a melhoria
de todos. Nossos filhos e netos estão incluídos nesse grupo – TODOS.
Estes tópicos, aparente
desconectados, ajustam-se perfeitamente quando pensamos seriamente no nosso
futuro. Não adianta episodicamente levarmos algum tipo de vantagem em
detrimento de outros. Precisamos viver sem grandes discrepâncias e tudo depende
de nós.
Vamos ajudar nossa cidade a
manter limpas as ruas, fazendo nossa parte e cobrando da administração
municipal o que lhe incumbe. Sei que isto somente não basta.
Ao invés de simplesmente
“espantar as moscas vamos eliminar a MERDA” – EM SENTIDO BEM AMPLO.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
FINAL – PRECATÓRIOS
Excessivamente badalado e
comentado por muitos – até mesmo por alguns que nada entendem do assunto e
outros que fazem questão de escamoteá-lo – tal assunto será por mim tratado
pela última vez. Aliás, não fui pioneiro na abordagem. Quando tratei do assunto
pela primeira vez fi-lo em resposta ao ex-prefeito Jabes Ribeiro, que pretendia
passar à população a ideia de que eu teria sido o grande responsável pela sua
origem e, mais do que isto, esta seria a grande e única causa da crise econômico-financeira
do município de Ilhéus. Esta minha nova abordagem sobre tal assunto se deve ao
fato de, na semana passada, o ex-prefeito ter usado o microfone da Rádio Santa
Cruz para outra vez retornar ao assunto, querendo imputar-me culpa pelo multi-referido
fato.
PARA SANAR QUALQUER DÚVIDA
Para evitar que qualquer pessoa
fique a indagar ou estabeleça qualquer dúvida sobre o assunto. Afinal quem está
mentindo ou falando a verdade? Os processos que originaram os precatórios, e eles
próprios estão arquivados na Justiça do Trabalho de Ilhéus e podem ser
acessados pela Internet, por qualquer pessoa, desde que indiquem o número (s)
do processo(s) ou o nome das partes – do reclamante (s) e da Prefeitura
Municipal de Ilhéus. Neles vocês terão todas as informações necessárias: data
da reclamação; objeto do pedido, notificação; contestação ou revelia;
sentença(s); recurso(s); liquidação; cálculos, etc. Enfim todos os atos
processuais. Desse modo não caberão interpretações, pois a verdade exata estará
devidamente consignada em cada processo. Os interessados poderão constatar
pessoalmente quem é o MANDRAKE.
PARA AVIVAR A MEMÓRIA
Embora existam vários precatórios
com origens diversas os que teem sido objeto das “conversas” resultam de três fontes
principais:
1ª – Na administração João Lyrio,
através de um decreto, os proventos (salários) dos exercentes de cargos de
confiança foram congelados. No fim do período administrativo (dezembro de 1992)
o prefeito mandou calcular a diferença entre o que recebeu no período e o que
receberia sem o congelamento. Apurado o “quantum” por processo administrativo,
recebeu a diferença na “boca do caixa”. Todos os demais funcionários atingidos
pelo decreto “do congelamento” foram à Justiça;
2ª – O decreto lei 180 estabelece
que os detentores de cargo de confiança, podem ter seus subsídios aumentados em
até 150% desde que o prefeito lhes conceda tal beneficio. Os percentuais podem
variar de 40 a 150%, desde que o beneficiário seja submetido a regime de
dedicação exclusiva e tempo integral (ficar a disposição do emprego sem
desenvolver qualquer outra atividade remunerada). Quando do congelamento dos
salários o prefeito compensou os atingidos com tal benefício. Ao receber a diferença
o prefeito ensejou condições aos que exerciam cargos de confiança a reclamar na
Justiça a diferença do congelamento dos subsídios (salários) e também da
diferença resultante do decreto 180;
3º - Existia uma lei municipal
que atribuía ao servidor municipal estatutário estabilidade financeira; “Aquele
que durante cinco anos consecutivos ou dez intercalados ocupasse cargo (s) de
confiança, ao perdê-lo, faria jus aos proventos (salários) do maior cargo que
houvesse ocupado”. Durante o governo de João Lyrio apenas Paulo Goulart e
Gilvan Tavares tinham recebido tal benefício, porém depois da eleição onde
Jabes foi derrotado por este escriba, quase todos os celetistas (não estatutários)
fizerem requerimento solicitando a concessão do referido benefício. O prefeito
mandou ouvir a procuradoria municipal, que opinou favoravelmente às pretensões
dos interessados sob o argumento de que não deveria haver discriminação entre
os estatutários e os celetistas. O prefeito, acatando o parecer e recebendo-o
como PARECER NORMATIVO, deferiu todos os requerimentos. Saliente-se que tais
decisórios ocorreram já no fim do mês de dezembro de 1992 – último mês da
administração que me antecedeu;
Ao assumir cancelei, por decreto,
os benefícios concedidos aos celetistas à guisa de estabilidade financeira. Todos
eles e os outros que não tinham requerido ingressaram com reclamações na
Justiça do Trabalho e obtiveram ganho de causa em todas as instâncias. Quando
os processos entraram em execução e originaram os precatórios eu já não estava
no governo, de modo que os sucessores é que “pegaram o abacaxi”.
Este assunto, já por demais
badalado, poderia ter sido esclarecido há bastante tempo. O vereador Tarciso
chegou a fazer um requerimento (quando Jailson era presidente da Câmara)
pedindo para que eu, João Lyrio e Jabes fossemos ouvidos – o que ensejaria os
esclarecimentos de forma pública. A morte de João Lyrio contribuiu para a perda
de motivação e a Câmara não insistiu na ouvida dos que continuaram vivos.
Confesso que, de algum modo o comentário sobre o assunto, é desagradável para
mim, pois o principal atingido já morreu. Consequentemente não pode dar sua
versão ou verdade. Os fatos, porém são incontestáveis e se encontram no corpo
dos processos da Justiça do Trabalho, à disposição de todos os interessados. A
verdade está ali. Quem tiver interesse em saber exatamente a verdade é
compulsá-los nos processos da Justiça do Trabalho de Ilhéus. A versão do
MANDRAKE é fantasia.
No ensejo comunico que não
responderei sobre este assunto a qualquer “simpatizante” de Jabes, a não ser
que seja legalmente constituído procurador.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
O PETRÓLEO É NOSSO
Embora tivesse grande evidência
após ser pronunciada por Getúlio Vargas, quando da descoberta de petróleo na
Bahia, a frase do título desta matéria é de autoria de Otacílio Rainho
(professor do Colégio Vasco da Gama, R.J).
Um dos primeiros brasileiros a afirmar que o Brasil possuía petróleo foi
o escritor Monteiro Lobato. Um dos mais ardorosos defensores dessa tese foi o
nosso ex-prefeito (o melhor deles) Eusínio Lavigne. Foi dessa gloriosa campanha
que nasceu a PETROBRÁS, em 1953, no governo de Getúlio Vargas. Outro grande
entusiasta do petróleo foi o nosso querido e saudoso Demostinho que prometeu
tomar um banho de petróleo, quando jorrasse do primeiro poço aberto em Ilhéus.
Infelizmente morreu sem pagar sua promessa, porém sabemos, com certeza, da
existência do precioso líquido nas águas do nosso mar territorial. A exploração
comercial ainda não começou em razão (segundo
dizem) que os poços não são de grande capacidade. Entretanto com os
preços acima de cem dólares o barril, em breve estaremos em plena exploração,
pois compensa o investimento em termos de retorno. Até lá vamos enfrentando
nossas dificuldades financeiras. Precisamos, todavia, de governantes sérios e
competentes – a escolha certa depende de nós.
Quando assumi o governo
municipal, pela primeira vez, Ilhéus sediava o Terminal Marítimo Almirante
Gonçalves, que distribuía para toda região derivados de petróleo (diesel,
gasolina, querosene, gás liquefeito, etc.). Embora ainda não rendesse ICMS ou
qualquer outro tributo – só incidia o IMPOSTO ÚNICO SOBRE COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS
E GASOSOS, IMPOSTO EXCLUSIVAMENTE FEDERAL- a movimentação econômica gerada pela
atividade de vendas, fretes, depósitos bancários, movimento de restaurantes,
etc., era muito importante para a cidade. Nesse período comecei a participar de
uma série de encontros dos municípios que sediavam TERMINAIS E TANCAGEM DE
COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS E GAZOSOS, objetivando obter participação de 0,5 % da
parte da União a ser distribuído entre estes municípios, proporcionalmente como
base na área empachada (ocupada pela tancagem ou pelos oleodutos, no movimento
econômico e no dano causado pela poluição e riscos de grandes hecatombes).
Fizemos diversos encontros (inclusive em Ilhéus), porém o governo federal não
atendeu nossas reivindicações. Posteriormente o IUSCLG foi postergado,
substituído pelo ICMS.
O PREJUIZO DE ILHÉUS
Antigamente nosso prejuízo era
resultante de desgaste de pavimento, poluição e perigo de acidentes. Depois da
mudança de imposto Ilhéus poderia ter enorme receita de ICMS., se o terminal
continuasse ativado. Ocorre que o nosso prefeito (à época) Jabes Ribeiro
encaminhou um memorial à Presidência da República e ao Presidente da Petrobrás
(com abaixo assinada pelas principais entidades civis-exceção da OAB, subsecção
Il e da Loja maçônica Vigilância e Resistência – exigindo que o terminal fosse
transferido para as proximidades do Distrito Industrial, perto do rio
Itacanoeira, alegando a possibilidade de incêndio de grandes proporções, que
destruiria o bairro da Cidade Nova e adjacências. Na época eu fui com o
deputado federal Jorge Viana conversar com Dr. Shigeaki Ueki (presidente da
Petrobrás) sobre a possibilidade de o terminal não ser desativado. O presidente
nos exibiu o documento (memorial de Jabes) e disse, taxativamente: “Impossível,
foi o próprio prefeito de vocês que exigiu a retirada do terminal”). Não houve
contra argumento capaz de demover o presidente e Ilhéus perdeu o terminal para
Jequié e parte para Itabuna (que se apressou em desapropriar uma área de 50
hectares e colocar à disposição do referido órgão. Qualquer dúvida sobre o
assunto, estou à disposição para esclarecimentos. Aliás tomo a liberdade de
sugerir que procurem o Dr. Jorge Viana para
informações mais detalhadas , eis que sua ação não parou na entrevista
relatada; continuou a batalhar, sem sucesso, para reverter o quadro, contando
com sua grande influência no governo federal. Isto sem falar no interesse de grandes empreiteiras na realização
da nova obra, cujo preço ultrapassaria os CINQUENTA MILHÕES DE DÓLARES.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
ZPE
O ex-deputado federal Jorge Viana
era grande amigo do também deputado e ministro, Dr. Roberto Cardoso Alves,
fundador do CENTRÃO. Nessa época era presidente da república o atual senador
José Sarney, grande amigo de Robertão (como era conhecido). Além do
conhecimento pessoal com o presidente, a amizade com Robertão contribuiu para
que Sarney incluísse Ilhéus na lei que criou
as ZPE’s no Brasil. O prefeito, na época, criou a CIMAZE, autarquia municipal
encarregada de gerir a ZPE, publicou edital de licitação para a escolha de
empresa ou grupo (consórcio) que a administraria (a ZPE). O assunto foi muito
badalado na imprensa local e estadual, sendo que tanto o governo do estado
quanto o municipal proclamavam-se “pais da criança”. Diziam que a ZPE geraria
vinte mil empregos, o que levou habitantes de pequenas cidades da região
cacaueira a deslocarem-se para nossa cidade, invadindo áreas como “Rua da
Palha”, atual bairro N.S. da Vitória, parte do Teotônio Vilela, Nelson Costa (Rua
da Mangueira), etc. Como não poderia deixar de ser, estas invasões provocaram
uma série de problemas em cadeia (violência, prostituição, tráfico de drogas e
outras atividade marginais), pois os empregos não surgiram e a administração
municipal não dispunha de recursos suficientes para montar a infraestrutura
necessária. Tais problemas sobrevivem até hoje, sem solução, exceção de pequena
parcela aquinhoada pelos programas sociais do governo federal e atualmente pelo
“Minha Casa Minha Dívida – digo Vida”.
O essencial mesmo não foi
cumprido pela administração municipal – não apresentou projeto nem adquiriu o
terreno para a instalação. O então deputado Jorge Viana tudo fez para conseguir
do município o cumprimento das exigências principais (projeto e terreno), mas a
administração municipal e o governo do estado só estavam interessados em
apresentarem-se como “pais da criança”. O próprio Jorge conseguiu com Joaquim
Cardoso (Superintendente da CEPLAC) os dados essenciais para a composição do
projeto, mas a administração municipal cuidou de não cumprir sua tarefa.
Resultado – a ZPE não saiu do papel.
Agora reina na cidade a
expectativa da efetiva instalação da “nova” ZPE. Outro grupo ganhou a
concorrência para sua implantação e exploração. A área foi-lhe destinada e
algumas obras foram realizadas. Atualmente estão interrompidas. Não quero
colocar-me aqui como “O VELHO DO RESTELO” ou como agourenta Cassandra, que
duvidavam de tudo e achavam impossível conseguir-se sucesso em empreendimentos
sonhados pela maioria. Espero estar
completamente enganado. Entretanto sou obrigado a analisar a situação com a responsabilidade
de quem foi prefeito por duas vezes, deputado estadual, professor de algumas
gerações, venerável de loja maçônica, advogado de enorme clientela, pai e avô.
Afinal de contas eu não posso ser leviano, tenho obrigação de ser coerente e
dar bom exemplo.
A atual crise financeira mundial
não anima a maioria dos empresários a fazer novos e grandes empreendimentos.
Por qual motivo alguém investiria pesado para fabricar produtos sofisticados
para exportação, num país de mão-de-obra tão cara, de legislação trabalhista
tão protecionista e de tributos tão elevados? Repito queira em Deus que eu esteja
inteiramente equivocado. Meu vaticínio, entretanto, é desanimador.
A ZPE NÃO SAIRÁ DESTA VEZ. A
grande oportunidade foi perdida quando a administração municipal preocupou-se
exclusivamente em tirar proveito eleitoral esquecendo-se de promover os meios
necessários à sua efetivação. Daqui exalto o trabalho de Jorge Viana, quando
deputado, buscando coisas importantes para a nossa cidade e para a região
cacaueira. Vejam quanta fata faz um bom representante. Lembrem-se disso quando
forem escolher seus representantes. Prefiram sempre as pessoas da sua terra,
pois elas teem obrigação de trabalhar por nós. Vejam o que aconteceu
ultimamente. O deputado federal mais votado em Ilhéus foi Mário Negromonte
(mais de 5.000 votos) e que foi Ministro das Cidades. Nenhuma verba destinou a
nossa Cidade, porém consignou e repassou a Itabuna R$. 38.000.000,00 (trinta e
oito milhões de reais) que estão sendo utilizados na macro drenagem do canal da
Avenida Amélia Amado (cobertura de canais e drenagem). Lembrem-se – O PIOR DAQUI
É MELHOR QUE QUALQUER UM DE FORA. Você tem, pelo menos a oportunidade de xingá-lo.
O de fora você nem vê.
Amanhã falarei sobre a saída da
PETROBRÁS.
PRECATÓRIO
PRECATÓRIO
Muito tem sido falado sobre
precatório. Grande parte absolutamente errado em razão de alguns políticos
pretenderem isentarem-se de responsabilidade atribuindo culpa a outros. Há
também casos que quem comenta o assunto desconhece por inteiro seu significado,
ou por absoluta má fé. Objetivando esclarecer por inteiro tal assunto vamos, de
forma bem clara explica-lo e, ainda, colocarmo-nos à disposição dos
interessados para dirimir qualquer dúvida que eventualmente venha surgir. Isto
faremos através do meu, deste, e de qualquer outro blog que queira publicar a
matéria.
EXPLICAÇÃO SOBRE O SIGNIFICADO
De toda decisão de ação proposta
contra a União, Estado ou Município, que resulte em condenação, após trânsito
em julgado da sentença, inicia o processo de execução da sentença. Caso tenha
havido condenação pecuniária a parte perdedora deve liquidar o débito,
pagando-o. Nem sempre isto acontece o que leva o tribunal (estadual ou federal,
da justiça do trabalho, da justiça cível ou justiça federal) a intimar o
devedor (município, estado ou união) a consignar nos seus respectivos
orçamentos verba especial para quitar tal débito. Isto ocorre porque os bens
públicos não podem ser penhorados, diferentemente do que ocorre com os
devedores comuns. Após cumprida a formalidade da inserção no orçamento da verba
consignada especificamente para a liquidação do(s) débito(s), o devedor deve
colocar à disposição do credor ou do órgão
solicitante a importância correspondente. No caso de vários credores
municipais a ordem de preferência dos precatórios deve obedecer a estabelecida
nas sentenças judiciárias. Assim nenhum pagamento deve ser feito
desobedecendo-se a ordem estabelecida pelo tribunal, sob pena do gestor que o
autorizou responda por improbidade administrativa.
CASO ESPECÍFICO DE ILHÉUS
Além dos precatórios trabalhistas
existem outros cíveis decorrentes de processos de desapropriação, condenações
por responsabilidade civil, etc., que não são objeto das discussões ora
comentadas. Existem precatórios que vieram de gestões anteriores e outros que
se formaram na atual gestão e se formarão nas futuras. O volume de dívidas
municipais oriundas de precatórios em Ilhéus decorreu de condenações em
processos de estabilidade financeira, Decreto-Lei 180 e diferença de salário (vencimentos)
de cargos de confiança, que tiveram seus proventos diminuídos sem lei que o
autorizasse.
ESTABILIDADE FINANCEIRA
Durante meu primeiro período de
governo (1977/82) foi encaminhado à Câmara de Vereadores projeto de lei “que
conferia ao funcionário público estatutário, que ocupasse cargo de confiança
por CINCO ANOS consecutivos ou DEZ alternados, ESTABILIDADE FINANCEIRA”.
Exemplo: um funcionário estatutário que exercia o cargo de oficial
administrativo e fosse nomeado tesoureiro, ou secretário, exercendo tal cargo
por cinco anos consecutivos ou dez alternados, ao ser exonerado deste último
continuava a receber o salário (proventos) do cargo de confiança, embora
voltasse a exercer tarefas inerentes ao cargo de oficial administrativo.
O Decreto Lei 180 permitia ao
prefeito conceder adicional ao salário (proventos) até o percentual de 150% aos
ocupantes de cargos de confiança que trabalhassem em regime de dedicação
exclusiva e tempo integral. Exemplo: O Secretário de Saúde (médico que não
tinha outro emprego e que não clinicava particularmente), ficando inteiramente
à disposição do Município em jornada integral, ou qualquer outro ocupante de
cargo de confiança (professor que fosse nomeado diretor de estabelecimento de
ensino e apenas exercesse tal função) sem mesmo ensinar para o município,
estado, ou união.
CONGELAMENTO DE SALÁRIOS
(PROVENTOS)
O prefeito, através de decreto,
resolve congelar os salários (proventos) dos exercentes de cargos de confiança,
inclusive os seus. Saliente-se que qualquer aumento ou redução de salários só
pode ser efetuado através de lei.
Estes foram os principais fatos
geradores de um sem fim de reclamações trabalhistas que resultaram em
condenações e, consequentemente em precatórios.
A VERDADEIRA HISTÓRIA
Pouquíssimos servidores, até o
governo de João Lyrio, gozavam do privilégio da estabilidade financeira. Salvo
melhor juízo apenas João Fraga Melo, Gilvan Tavares e Paulo Goulart. Depois da
eleição de outubro de l982, quando me elegi prefeito, todos os celetistas que
exerciam cargos de confiança requereram a extensão do benefício da estabilidade
financeira e obtiveram deferimento do então prefeito. Quando assumi o mandato
em 1993 anulei por decreto tais concessões deste benefício. Todos ingressaram
na Justiça do Trabalho e obtiveram ganho de causa em todas as instâncias.
João Lyrio após o primeiro mês de
exercício do mandato resolveu congelar os salários dos cargos de confiança,
inclusive os próprios. No final do seu governo, já no mês de dezembro de 1992,
mandou calcular a diferença entre o que deveria receber sem o congelamento dos
salários e resolveu receber em processo especial. Salvo engano a diferença foi
em torno de CR$ 56.000,00, no que foi imitado por Jaziel Martins. Quando assumi
todos os demais exercentes de cargos de confiança ajuizaram reclamação
trabalhista e obtiveram ganho de causa em todas as instâncias.
Finalmente, grande parte dos
cargos de confiança no governo que me antecedeu receberam adicionais de 150%
sobre os proventos, sob alegação de exercerem tais cargos em regime de
dedicação exclusiva e tempo integral. Como tiveram seus salários (proventos)
congelados, reclamaram a diferença entre o efetivamente recebido e o que
deveriam receber sem o congelamento. Além da diferença simples a diferença
sobre o adicional de 150%, ganhando em todas as instâncias.
CONSIDERAÇÕES SOBRE O ASSUNTO.
Tais atitudes tomadas pelo meu
sucedido visavam inviabilizar minha administração, pois o volume de recursos
que teria que pagar em face de seus atos administrativos seria de tal monta que
toda a arrecadação não seria suficiente para pagar a folha do funcionalismo e
as obrigações sociais. Ocorre que quando do trânsito em julgado das reclamações
e da formação dos precatórios eu já tinha deixado o governo. O FEITIÇO VIROU
CONTRA O FEITIÇEIRO.
Espero que o assunto esteja bem
esclarecido, entretanto coloco-me à disposição para qualquer outro
esclarecimento ou comparecer a qualquer instituição, pública ou privada, para
prestar qualquer explicação complementar. Pretendo com isto, de uma vez por
todas, demonstrar claramente quem é ou são os verdadeiros culpados pela
situação difícil que o município atravessa, relativamente a este item
(PRECATÓRIOS), sem falar nas perdas de PETROBRAS, BRASILGÁS, MOINHO, COELBA,
etc. Além der tais fatos Ilhéus perdeu parte de seu território (Califórnia
etc.,) em acordo realizado durante os governos de Ubaldo Dantas e Jabes
Ribeiro, ocasião em que, também permitiu-se que Itabuna fizesse captação de
água, para abastecimento da cidade, em Castelo Novo (especificamente no Rio do
Braço).
CURTA E GROSSA
NÃO É – MESMO
Remeti hoje para A TRIBUNA a nota transcrita
abaixo, como direito de resposta. Ninguém tem o direito, de à guisa de furo
jornalístico, atribuir a alguém a pecha de fisiológico e de mau caráter. Da
maneira que a matéria foi exposta a interpretação a ser dada pelos leitores só
poderia ser esta, ou de que quem toma tal tipo de atitude está completamente
esclerosado. Eu, felizmente, não me enquadro em nenhum dos casos. Daí a minha
justa indignação.
Não é, mesmo, correta a conclusão constante da matéria escrita sob o
título NÃO É, na coluna PONTO DE VISTA do Jornal A TRIBUNA, página 11, edição
de 27 a 04 de maio de 2012. Marcos Flávio, confirmando sua candidatura a
prefeito, contará com meu inteiro apoio e dedicação integral a sua campanha.
Afinal de contas, além de entender que minha família é mais importante do que
qualquer outra coisa, considero-o um cidadão digno, preparado para o cargo,
acima de tudo honesto e credor da confiança da população da cidade pelo seu
proceder como advogado, cidadão e político de conduta irreprochável. Se eu
fosse capaz do procedimento apontado ao fim da referida nota seria destituído
de qualquer vestígio de caráter e estaria encabeçando a principal lista de
fisiológicos da cidade.
Solicito desse modo, ao redator
da coluna, esclarecer o assunto, publicando na íntegra a matéria acima ou
retratando-se pelo lamentável equivoco.
MARACUTAIS
O jornalista (decano) Everaldo
Valadares apelidou o ex-vereador Nizan Lima dos Santos de “O Caçador de
Corruptos” em razão das denúncias constantes que o referido vereador fazia,
quase diariamente, de irregularidades praticadas pelo governo municipal da
época. Tais denúncias eram feitas da tribuna da Câmara de Vereadores, através
de jornais, rádios e de televisão. Entre elas a mais famosa foi a que ficou
conhecida como “O TRAMBIQUE DA PNEU SERVICE”.
“O município de Ilhéus publicou
edital de concorrência pública para a aquisição de pneus, no importe de
CR$.500.000,00 (quinhentos mil cruzeiros). Estranhamente não quantificou, não
especificou nem solicitou explicitação de marca, limitando-se a pedir preços
dos diversos tipos. Ganhou a concorrência a empresa “PNEU SERVICE”, sediada em
Jequié. O processo de adjudicação foi feito com o aludido valor CR$.500.000,00.
À medida que o município necessitava de determinada quantidade solicitava à
fornecedora por oficio, descriminando os tipos (para tratores, patrol,
caminhonetes, automóveis, etc.). A fornecedora entregava o pedido e emitia a
nota fiscal correspondente, recebendo o pagamento correspondente. Tal pagamento
era feito no processo principal, com o título pagamento parcial. Na Prefeitura faziam
fotocópias da nota fiscal e guardavam. Ao enviar as novas solicitações e fazer
novos pagamentos repetiam as cópias e guardavam. Algum tempo depois cortavam o
cabeçalho de uma nota fiscal e o corpo da outra e faziam uma montagem,
adulterando o número do cabeçalho. Tal processo se repetia sempre de modo que
cada duas notas fiscais geravam, por montagem das fotocópias, vários outros
processos de pagamento. Depois do problema ficar bastante conhecido da população, Nizan conseguiu número de
assinaturas suficiente para a instauração de uma CEI na Câmara de Vereadores. O
presidente daquele poder era o Dr. João Batista Soares Lopes Neto (amigo do
prefeito) que instaurou a CEI, sendo designado relator o Dr. Josevandro
Raimundo Ferreira do Nascimento (também amigo). Foram juntados documentos,
ouvidas testemunhas, enfim cumpridas as formalidades de praxe. Nos processos de
pagamento das notas fiscais montadas o representante da PNEU SERVICE disse que
quem assinou os recibos de quitação daqueles pagamentos não era pessoa legalmente
constituída pela empresa. Isto é, era pessoa estranha ao quadro e deles
inteiramente desconhecida. Ficou desse
modo, provada a falsificação
daqueles processos de pagamento parcial (os das notas fiscais em fotocópias e
montados, com quitação dada por pessoa não credenciada pela PNEU SERVICE). A
CEI concluiu pelas ilegalidades dos pagamentos feitos nos processos de notas
fiscais montadas e o Presidente da Câmara remeteu o processo para que o
prefeito por sindicância ou inquérito, apurasse a responsabilidade dos
envolvidos e aplicasse as penalidades cabíveis. Nenhuma providência foi tomada.
Aliás foi – o então secretário de finanças foi nomeado Diretor Financeiro do
ICB e eleito presidente do PSDB (partido do prefeito, à época).
sexta-feira, 27 de abril de 2012
ESTRATÉGIAS: - DEFESA E POLÍTICA (continuação)
DO PT E FRENTE UNIFICADA – COMUNS
No combate ao inimigo comum,
ambos os grupos necessitam ampliar o maior número possível de alianças com os
partidos políticos, visando apoio para a candidatura majoritária bem como para
as proporcionais. Quanto mais candidatos à vereadores melhor, pois serão fortes
cabos eleitorais a cabalar votos para seus candidatos à prefeito. Tal
estratégia para a formação dessas alianças ou coligações é que deve ser bem
atrativa, de modo que os candidatos possam sentir-se efetivamente fortalecidos.
Nesse particular o PT leva nítida vantagem, pois conta com os governos
municipal e estadual para a nomeação de cargos de confiança – o que
evidentemente se constitui num grande atrativo. Se a coordenação de campanha
agir com inteligência tal fator vai pesar bastante e, segundo avalio, não falta habilidade e experiência a Ednei.
Entretanto não será supérfluo reforçar esta área com a contratação de um
profissional gabaritado e a convocação de colaboradores acostumados a
participar com sucesso de outras campanhas. Este último item também deve ser
adotado pela FU. Ainda como estratégia comum devem tais grupos iniciar a
formação de comitês formados nos bairros, distritos e povoados, bem como junto
a segmentos sociais já organizados, onde os problemas que carecem de solução
possam ser discutidos, visando constituírem-se em programa de governo. Chamar a
intervir e colaborar a sociedade, como um todo ou parcialmente, termina por
empolga-la e ser fator decisivo na eleição. Também neste particular o PT leva
vantagem em razão da organização do partido e do número de cargos importantes
na administração municipal, estadual e até em cargos federais.
A FU tem a seu favor o desgaste
do governo municipal que poderá ser um mote da campanha, porém o assunto deve
ser explorado com inteligência, para evitar os ataques pessoais e a baixa do nível
de campanha, o que repercute negativamente junto ao eleitorado mais
esclarecido. O grande problema a ser contornado é a consolidação da frente de
oposição em razão de algumas ambições e vaidades pessoais. A deputada Ângela –
que tem o maior cacife – tem que agir com enorme habilidade para convencer Cacá
e Rui a permanecerem na Frente e empenharem-se efetivamente na campanha. Dado
este passo fundamental, restará buscar o maior número de alianças possível e
manter o grupo unido e motivado. Se Cacá e Rui insistirem em serem candidatos a
prefeito, suas chances diminuem sensivelmente.
Aos dois grupos resta a sabedoria
de não agredirem-se reciprocamente e atacarem os pontos fracos do inimigo
comum. Nos seus quase vinte anos de dominação do nosso município poucas foram
as obras e serviços à comunidade dignos de nota. Ilhéus caiu de 4º para o 13º
lugar em arrecadação de ICMS, perdeu PETROBRAS, BRASILGÁS, MOINHO, SAIRAM AS
GERENCIAS DA COELBA, EMBASA, etc. Não bastasse tal desastre passou a não ter ou
reduzir drasticamente o número de deputados estaduais e federais, pois nas
respectivas eleições o tal senhor trazia invariavelmente um bom número de
candidatos de fora para estabelecer acordos com vereadores eleitoralmente
fortes e levar nossos votos. Drenados muitos votos para forasteiros fortes e
mais outros (cerca de trezentos) o que sobra mal dá para eleger um em cada
instância. Sem representantes nas áreas estadual e federal as coisas
importantes para a cidade deixam de ser conseguidas. Afinal de contas com quem
governador e presidente vão negociar?
Além do que consignamos aqui vale
salientar que outras medidas deverão ser implementadas; porém depois da
eleição, tais como corrigir os defeitos do plano de cargos e salários, que
geram reclamações trabalhistas e precatórios (implantação de comissão de
avaliação para efeito de promoção), realizar novo recadastramento imobiliário e
uma série de outras medidas importantes, geradoras de receitas próprias.
Outra vantagem que leva o PT é o
fato de Carmelita ser mulher, líder sindical respeitada e com vasta folha de
serviços prestados à categoria dos professores, além de contar com a atual
simpatia do eleitorado brasileiro, que passou a acreditar na mulher política;
vide Dilma, Marina, etc. Como desvantagem aponto: Se o governador não iniciar a
construção da nova ponte antes da convenção, não licitar a duplicação do
projeto de duplicação da Ilhéus-Itabuna, não ajudar Nilton a resolver os
problemas do município, especialmente asfaltamento da área urbana e
regularização das estradas vicinais, aí fica difícil para Carmelita e melhora
para Ângela.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Sobre Eusínio Lavigne
SOBRE EUSÍNIO LAVIGNE
Os fortes ventos (sul e nordeste)
que sopraram na sexta e segunda feira, respectivamente, dias 20 e 23, fluentes,
não me permitiram pescar no “Buraco Doce”, porém ensejaram-me condições de ler
com atenção o livro de Dr. José Léo Lavigne sobre seu pai, o inesquecível
prefeito de Ilhéus e cidadão exemplar, EUSÍNIO LAVIGNE. Saliente-se que já
havia lido anteriormente matéria escrita por Carlos Pereira Neto sobre o
proeminente homem público, bem como o livro de Maria Luiza Heine, sobre o IME e
o Dr. Eusínio (ex-prefeito).
Comprometi-me com Ed escrever matéria sobre
este importante intelectual, jurista, humanista, político de escol e cidadão
admirável – PARADIGMA DE CARATER E HONRADEZ – como, com absoluta justiça, José
Léo (um dos seus filhos) intitula o importante livro que escreveu sobre seu
honrado pai. Tal matéria será publicada no seu Blog, porém por mais poder de
síntese que eu possa revelar, sem dúvida não conseguirei resumir, sem prejuízo
de conteúdo, escrever tudo em uma lauda e meia, conforme sua recomendação.
Desse modo vou aduzir algumas passagens importantes e tecer comentários
pessoais sobre alguns fatos que considero de incomensurável importância, não
abordados na matéria hiper-resumida.
Entre os comentários que farei
sobre a admirável figura de Eusínio Lavigne destaco a honestidade a toda prova
o senso de justiça, o equilíbrio, a capacidade administrativa, a coerência, a
ética, a visão de futuro, o preparo intelectual e, até mesmo, o “romantismo” no
modo de encarar a palavra empenhada. Eusínio foi a encarnação do cumprimento da
palavra, naqueles saudosos tempos em que o “fio do bigode” valia tanto quanto a
assinatura num contrato ou num aval. Ele chegou ao absurdo de fixar preço para
a venda de uma de suas fazendas e o pretenso comprador demorou cerca de noventa
dias para “fechar” o negócio. Nesse ínterim o preço do cacau em amêndoas subiu
mais que o dobro. Temeroso por perder o negócio o pretenso comprador procurou
Eusínio perguntando-lhe “qual seria o preço agora”? Obteve como resposta: “O
mesmo que lhe dei anteriormente; minha palavra eu cumpro invariavelmente, mesmo
com qualquer prejuízo”. Vendeu a fazenda por um preço, pelo menos três vezes
inferior ao valor real.
Só conheci outro fato igual. Meu
cunhado José Fialho ofereceu ao Capitão Durval Oliveira CR$3.000.000,00 de
cruzeiros pela sua fazenda “Corcovado”, em Almadina tendo o fazendeiro dito que
aquele valor era justo, porém ele não queria vende-la. Três anos depois
procurou José Fialho e comunicou que agora queria vender a fazenda, dizendo-lhe
que o preço era o mesmo oferecido anteriormente – que ele tinha achado justo.
Por isso mantinha o preço, honrando sua palavra. Saudosos tempos em que a
palavra tinha significado de honra. Hoje preponderam os espertalhões.
Eusínio possuía três grandes
fazendas ao assumir a prefeitura em 1930, como intendente (prefeito) e ao
deixar o cargo teve que vender duas delas para pagar dívidas pessoais. Até
parece com alguns que o sucederam; que nada tinham e hoje são milionários, sem
que acertassem em nenhuma loteria ou convolassem núpcias com mulheres ricas.
Além dos livros de direito (Ação
Demarcatória e Ação Rescisória e Coisa Julgada) que escreveu em parceria com
seu sócio de escritório Dr. Mesquita (em Salvador), foi autor de mais de vinte
outros livros, além de uma infinidade de artigos, em jornais e revistas do
país.
Foi participe em diversos
movimentos sociais e políticos importantíssimos para nossa região e para nosso
país, cumprindo salientar os seguintes: Revolução de 30 (que levou Getúlio
Vargas ao poder, após a eleição fraudada, em que perdeu para Júlio Prestes),
campanha civilista de Ruy Barbosa, campanha pelo petróleo (O Petróleo é Nosso),
pelo porto de Malhado, enviou correspondência ao presidente da república
apresentando sugestões para nova divisão territorial do Brasil e foi o lançador
da ideia de criação do Estado de Santa Cruz. Tomou esta última iniciativa
quando, em 1946, surgiu a ideia do desmembramento do nosso município em vários
outros, quando emanciparam-se Guaraci, Pirangy, Água Preta, Barro Preto, etc.
Na ocasião enviou carta à Câmara de Vereadores através do líder do PSD,
vereador Juvêncio Pery Lima, obtendo o apoio de todos os outros lideres
partidários, inclusive o do UDN, Henrique Cardoso que, posteriormente quando
deputado federal apresentou projeto de criação do Estado de Santa Cruz. Tal
projeto foi reapresentado pelo deputado Fernando Gomes.
Eusínio colou-se frontalmente
contra a construção da catedral Dom Eduardo no local em que foi construída
(antiga capela de São Sebastião), por entender que o local era inadequado, bem
como em razão da planta, que entendia não ter estilo definido (era uma Babel de
estilos). Chegou a oferecer moderna planta (paga pelo município) que deveria
ser edificada na Cidade Nova – área de expansão da Cidade, com loteamento bem
planejado e com ruas bem largas. Aliás, este assunto foi tratado com detalhes
no suplemento especial de Diário de Ilhéus de domingo pretérito, dia 22/04.
Além desses flashes, aqui
focalizados, existem muitas outras coisas interessantíssimas que comportam
menção especial. Caso o espaço que utilizarei na matéria resumida que vai ser
enviada para o blog fotossíntese de Ed Ferreira não seja suficiente
complementarei em novo espaço.
Estas anotações serão publicadas
em nosso blog (blogdoaolimpio.blogspot.com) e o r2cpress. Ficam autorizados os
demais blogs e outros veículos de comunicação a publicar integral ou
parcialmente esta matéria, evidentemente citando a fonte de referência.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
ESTRATÉGIAS
ESTRATÉGIAS: DEFESA E
POLÍTICA
Os habitantes das antigas e
medievas cidades costumavam erguer fortes muralhas no seu entorno para
defender-se dos ataques das hordas bárbaras (eram considerados bárbaros todos
os povos que viviam além das fronteiras romanas e gregas). Tais muralhas,
construídas com enormes pedras, continham seteiras e postos de vigilância
proporcionando condições aos habitantes (comunas, burgos, etc.) de exercitar
todos os meios eficazes de defesa. Tais como atirar setas, disparar as catapultas,
derramar água e óleo ferventes sobre os pretensos agressores, enfim tudo que
pudesse ser utilizado como arma. Evitar a entrada dos inimigos era garantir sua
incolumidade. Além disso, havia proteção especial suplementar – a área cercada
de muralhas era circundada por profundo poço, cheio de água, às vezes até com
crocodilos e enguias elétricas. Para acesso ao forte portão de entrada era
necessário baixar uma ponte levadiça, o que só poderia ser feito com controle
absoluto dos moradores da área fortificada. Fora dessa hipótese só arrombando a
muralha com o uso de “aríete” ou com estratégias como a utilizada pelos
espartanos, na guerra de Troia – quando conseguir introduzir soldados na
cidade, que estavam escondidos no interior de um gigantesco cavalo de madeira
colocado à frente do portão de entrada, à guisa de presente (o famoso presente
de grego).
Os gregos, que eram os mais
civilizados dos povos antigos, além de adotar tais métodos de defesa inovaram
no sentido de celebrar acordos e armistícios após guerras, bem como realizando
prévios acordos para evitar futuros conflitos. Nesses casos ou mesmo quando iam
receber visitantes ilustres, ao invés de baixar a paliçada e abrir o portão de
entrada da fortaleza, preferiam demolir parte das muralhas (abrindo brechas) e
receber tais visitantes com as honras de praxe da época. Tomavam tal atitude
para demonstrar que estavam com os
espíritos completamente desarmados, passando ao(s) visitante(s) a sensação de
segurança absoluta, pois haviam, de modo concreto, eliminado sua principal
defesa. A cidade, simbolicamente, passava a ser do visitante (s). Se alguém
corria risco era o anfitrião. Desse modo, atenienses, espartanos, tebanos,
macedônios, cipriotas, e os outros habitantes de outras cidades estado da
Grécia, inclusive os das ilhas de Lesbos, Quios, Cós, Creta, Rodes Corfu,
Lemnos, Cárpatos e Andros, puderam estabelecer duradouros e proveitosos
tratados de paz.
Pois bem, o exemplo grego nunca
foi tão digno de ser imitado quanto agora pelo povo e pelos partidos políticos
de Ilhéus. Todos nós sabemos quem é nosso inimigo comum. A cidade está pagando um preço absurdo por
não ter sabido escolher, durante cerca de duas décadas seus representantes e
dirigentes (salvo honrosas exceções). Há muito tempo não temos ou temos poucos
representantes na Assembleia Legislativa do Estado ou na Câmara Federal. Desse
modo coisas primárias que poderiam já estar resolvidas, continuam em compasso
de espera como outra(s) ponte(s) entre Ilhéus e Pontal, duplicação da estrada
Ilhéus-Itabuna, ampliação do Porto de Malhado, novo porto (complexo
intermodal), acesso Distrito Industrial/Porto, aeroporto, etc. Não tendo
representantes junto à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal deixamos de
ter interlocutores junto aos governos do estado e federal. Tanto governadores
quanto presidentes da república não teem que negociar com Ilhéus, quando
necessitam aprovar projetos de seus interesses. Assim negociam com
representantes de outras cidades, para onde são direcionadas as obras (na base
do toma lá dá cá). Sobre esse assunto é interessante lembrar que na época de
eleições proporcionais votamos em mais de trezentos candidatos de fora
desprezando os nossos. A quem isto interessa? Sem dúvida a quem pretende se
impor como única liderança da cidade. Quando dessas eleições normalmente
forasteiros, encaminhados pelo Sassá Mutema de Plantão, aos principais
vereadores e lideres comunitários de bairros, distritos e povoados mediante
pagamento de determinadas importâncias conseguem arranjar grande quantidade de
votos aqui no município, evitando que os candidatos (minhoca) da terra se
elejam. Isso tem que acabar.
Também devemos observar que a
figura que enfocamos como prejudicial aos interesses da cidade – pois só cuida
da promoção pessoal – é o grande INIMIGO que temos a enfrentar no próximo
pleito. Vale celebrar os acordos e armistícios, alianças (até com o CAPETA; que
me desculpem os cristãos, evangélicos, mulçumanos, umbandistas, zoroastristas,
brâmanes, budistas e outros “istas”) com todos os segmentos sociais e políticos
capazes de fortificar cada vez mais essas muralhas que os gregos nos ensinaram
tão bem a construir. Num próximo artigo continuarei tratando do assunto. Vou
focalizar as estratégias que podem ser adotadas pelo grupo do PT e pela FRENTE
UNIFICADA.
CINE TEATRO ILHÉOS - AHISTÓRIA NÃO CONTADA
CINE
TEATRO ILHÉOS.
PRELIMINARMENTE:
- Confesso-me constrangido ao ser obrigado a tratar do assunto constante do
título da matéria, porém sinto-me no dever de fazê-lo, tendo em vista o que foi
publicado na edição de 05/04, pag. 7, deste prestigioso Jornal.
Embora a
referida matéria seja rica em alguns detalhes é omissa, “permissa vênia” quanto
a aquisição pelo município de Ilhéus do prédio onde se situa esta importante
casa de espetáculos.
Longe de mim querer aproveitar o espaço da coluna Cantinho
do Pescador para qualquer tipo de promoção pessoal. Tomo tal atitude apenas no
intuito de restabelecer a verdade – omitida em grande parte, na matéria que
tratou da reforma do Cine Teatro Ilhéus, referindo-se à História do Teatro.
A HISTÓRIA QUE
NÃO FOI CONTADA.
Na década de 60
meu pai – Antônio Olympio da Silva- comprou o Cine Teatro Ilhéus a Hermínio
Martins e o cedeu à empresa Cine Sul (exibidora de filmes) que possuía extensa
rede de cinemas em Ilhéus (Cine Brasil, Aliança e Guarany), Itabuna, Itajuipe,
Coaraci, Ibicaraí, Itapetinga e Vitória da Conquista.
No início da
década de 70 o prédio entrou em reforma. Pretendia-se retirar os camarotes,
modificar a estrutura das paredes e do teto além de construir novas instalações
sanitárias e ampliar o mezanino. Ao tentar demolir a parede lateral – logo após
o “Ponto Chic” surgiu o grande problema. A parede fora construída com grandes
pedras ligadas com argamassa com óleo de baleia (técnica de construção
portuguesa). Fernando (meu irmão) e Valdir, sócios da empresa Cine Sul,
desistiram da reforma, coincidentemente na ocasião em que desfizeram a
sociedade. Desse modo o prédio ficou sem utilização temporária, servindo de
valhacouto para pivetes e marginais, que tinham acesso ao seu interior pela
brecha aberta na parede lateral.
Em l976 elegi-me
prefeito de Ilhéus e após ter assumido a administração municipal, recebi uma
proposta de Ary Heine (pai de Maria Luiza, à época esposa do mano Ruy Diógenes,
no sentido de nos associarmos na construção de um hotel na área. Levei a proposta
à apreciação de minha mãe e os demais membros da família (filhos, noras e
genros),que marcou uma reunião para discutir o assunto. José Fialho, José Moura
Costa e Wilson Rosa (maridos das irmãs Maria Lygia, Maria Heloina e Maria
Beatriz) posicionaram-se contrários à proposta, sob o argumento de que “meu
pai, se estivesse vivo, provavelmente, gostaria que a Cidade conservasse um
pouco da sua história, preservando a antiga casa de espetáculos.
Minha mãe então
sugeriu que colocássemos em votação a proposta de construção do hotel ou a que
apresentava de doação do prédio ao Município de Ilhéus. Embora fosse dona de
metade do imóvel (viúva meieira), declarou que seu voto teria o mesmo valor dos
demais condôminos. Todos (filhos, noras e genros) votaram pela doação, exceção
de Fernando, que declarou não ter qualquer motivação para abrir mão de parte de
seu patrimônio. Aduziu, ainda, que pouquíssimas pessoas dariam valor àquele
ato, pois gratidão e reconhecimento são muito raros ou simplesmente não existem
quando pessoas ligadas a determinados grupos políticos não fazem parte do naipe
dos doadores.
No dia 28 de
junho (aniversário da cidade) coloquei no programa de atividades comemorativas:
Missa de Ação de graças, doação do prédio do Cine Teatro “Ilhéos” e inauguração
de várias obras.
O ato de doação
teve o seguinte cerimonial que foi narrado e irradiado Poe Elival Vieira
(proprietário do Foco Bahia): Lavratura e leitura da escritura de doação pelo
tabelião Raymundo Pacheco Sá Barreto, assinatura dos doadores e do representante
do Município e testemunhas. Como testemunhas assinaram Henrique Weill Cardoso e
Silva, Freitas Nobre (líder da bancada do MDB), Jorge Paulo e Hélio Souto -
todos deputados da bancada do MDB e membros da comissão de agricultura da
Câmara Federal.
Foi descerrada
uma placa alusiva ao evento constando os nomes de: Dona Heloína Rhem da Silva,
Antônio Olímpio Rhem da Silva e Maria Amélia, Maria Lygia e José Fialho Costa,
Maria Heloína e José Dunham Moura Costa, Maria Beatriz e Wilson Rosa da Silva e
Ruy Diógenes Rhem da Silva e Maria Luíza Heine. Pelos convidados falou o
Deputado Freitas Nobre que enfatizou o fato de “pela primeira vez ele teve
notícia e presenciou um ato de tamanha significação, onde um prefeito e sua
família doavam um prédio histórico e de grande valor comercial a uma cidade,
para integrá-lo ao patrimônio cultural e histórico da municipalidade. Tal
atitude deveria servir de exemplo a uma grande maioria de políticos que exercem
o poder apenas para levar vantagens pessoais”.
Tal referência
foi repetida à noite, no discurso proferido na inauguração da Praça Cairú.
Com a doação, eu
pretendia recuperar o Cine teatro “Ilhéos” e reinaugurá-lo por ocasião do
centenário em 1981, com uma nova designação: Casa da Cultura Adonias Filho. À
época o ilustre Ilheense era o presidente do Conselho Federal de Cultura.
Adonias alocou
recursos no orçamento da instituição para pagamento do projeto arquitetônico
(CR$ 450.000,00), que ficou a cargo do também Ilheense Carlos Reis Campos
(filho de Dr. Aristeu Campos) e mais CR$ 500.000,00 para o início das obras.
Embora eu
tivesse a intenção de inaugurar a obra em 28 de junho de 1981, surgiram alguns
problemas incontornáveis de imediato. Minha mãe tinha excluído da doação a
parte do “Ponto Chic” sob a alegação de que Gileno Araújo começara sua vida
como pequeno empresário naquele local e não queria deslocá-lo do ponto. Adonias
aduziu que aquele apêndice do prédio estava integrado à sua arquitetura, que
devia ser conservado.
O projeto feito
pelo arquiteto Carlos reis Campos utilizava a referida área e a modificava.
Como Fernando não doou sua parte o Município teria que desapropriá-la e ainda
convencer minha mãe a doar a parte do ponto Chic. Também a parte de Fernando do
referido imóvel teria que ser desapropriada. Não haveria tempo para cumprir as
formalidades judiciais da desapropriação e reconstruir o imóvel, segundo o novo
projeto a tempo de inaugurá-lo no centenário.
Na mesma época
iniciei a construção da Central de Abastecimento, que passou a constituir-se na
prioridade número um do Governo. Resolvi deixar o problema para o sucessor.
Nesse ínterim
ruiu o teto do prédio e assim ficou até que meu sucessor, após desapropriar a
parte de Fernando e uma casa nos fundos do prédio, onde funcionava o escritório
do Cine Sul. Por ocasião da inauguração do novo teatro nenhum dos doadores
recebeu convite para o ato e a placa de doação (na parede à direita da entrada)
foi substituída por outra alusiva ao evento.
Quando me elegi,
outra vez, em 1992, nomeei Sá Barreto para a Presidência da Fundação Cultural
de Ilhéus. Sob sua administração o Cine Teatro Ilhéus passou por grande reforma
interna, com troca de poltronas, tapete novo, serviço de som, iluminação, etc.
Na reinauguração Sá Barreto prestou uma homenagem póstuma a minha mãe,
recolocando a placa alusiva à doação com o nome completo de todos os doadores.
Com o retorno de
Jabes ao governo, a placa foi outra vez retirada e substituída por outra
constando o nome completo da equipe de arquitetos e uma discreta referência aos
doadores, constando o nome “D. Heloína R. da Silva e seus familiares”.
Sem dúvida o
gesto da retirada das placas é pequeno e teve como objetivo apagar da memória
do povo o gesto da família de Antônio Olímpio Rhem da Silva.
Sem outros
comentários, mas restaurando a história, juntamos uma foto da placa acima
referida colocada a mando de Jabes para que os leitores analisem o sentido.
quarta-feira, 28 de março de 2012
Araximbó
O que significa e por que tal título? Perguntam os que
acessam este blog. Respondemos, pela ordem: Araximbó é corruptela de aracimbora,
também conhecido como guaracimbora, xaréu branco, pampo africano e aracanguira,
cujo nome científico é “Hynnis Cubensis”.
Tal peixe é um carangídeo, que aparece em todos os mares do mundo, cuja
família integra mais de 200 espécies, entre elas os xaréus, guaiviras,
guaricemas, pampos, olhos-de-boi, xixarros e galos. Como todos os demais
membros da enorme família é um peixe que anda em grandes cardumes, possui
escamas imbricadas, corpo volumoso e acatado e caudal furcada. Ele é, sem
duvida, o mais saboroso de todo o gênero, destacando-se por sua carne bem
branca, macia e consistente. Alcança
peso de até cinquenta quilos, sendo comuns os exemplares entre 0ito e quinze
quilos. Aqui em Ilhéus eles aparecem durante todo o ano, especialmente no
verão, preferencialmente em pedrados submersos ou aflorados, em profundidades
de até setenta metros, sendo mais comuns entre os dez e trinta metros. Sua
carne é excepcionalmente saborosa, sendo a melhor entre todos os demais
carangídeos. Há quem os considere o melhor entre os melhores. O maior admirador
deste peixe foi o saudoso amigo Aulo Berbert de Carvalho e entre os vivos Dante
Kruchewisky. Eu o coloco entre os melhores precedendo os robalos, chernes,
wahoos (desde que bem gordas), os linguados e os cações e arraias (sucurupoia
ou perú e manteiga e amarela também gordos, para moquecas). Embora fique
delicioso de qualquer forma que for aproveitado na cozinha eu o prefiro da
forma mais simples: cozido (escaldado) com bastante coentro largo, tomate de
passarinho e outros cheiros verdes, bem aguado, acompanhado de pirão com
farinha de mandioca, verduras variadas, ovo cozido e cebola (cozidos), com
molho lambão. Para tal prato é melhor parte é a cabeça e o primeiro segmento
após a cabeça, conhecido como degolador. Na brasa, de moqueca, grelhado, de
escabeche, de forno, etc. ele fica muito bom, rivalizando-se com os melhores,
de cada especialidade. Primeira parte respondida.
O PORQUÊ DO TÍTULO
Numa entrevista de Chico Anísio, que assisti há cerca de dez
anos, pela rede Globo de Televisão, ouvi do incomparável comediante que o
melhor peixe que conhecia era o ARAXIMBÓ. Araximbó é como conhecem os cearenses
este famoso e delicioso peixe. Todo mundo tem prestado, de todas as maneiras
possíveis, homenagens ao famoso personificador de duzentas e nove figuras
diferentes. Chico era, também para os que bem o conheciam, um grande gourmant.
Quem frequentasse os grandes restaurantes do Rio de Janeiro fatalmente o
encontrava ocupando uma das mesas, especialmente no Antiquarius. É por tal
motivo que eu como pescador, gourmet e gourmant, denomino este artigo como ”Araximbó.
Tal menção é uma maneira de homenagear de modo singelo o inexcedível e genial Chico
Anísio, que nos deixa num momento em que cada dia convivemos com enormes
falcatruas e o seu sadio humor vai nos fazer tanta falta.
sexta-feira, 16 de março de 2012
À SOMBRA DA GAMELEIRA
CASAMENTO ANULADO
PROTAGINISTAS:
I - ZEZEU MARAJÓ era o filho caçula de um rico
fazendeiro de cacau. Logo que concluiu o curso ginasial, ganhou um Camaro
conversível de presente e deixou de estudar, como faziam os filhos de
fazendeiros ricos, em sua esmagadora maioria. Raros entendiam ser importante
cursar a universidade e abraçar uma profissão liberal.
Também não cuidou de abrir um
negócio que lhe proporcionasse uma boa renda e uma atividade econômica
permanente. Preferiu acompanhar seu pai nas visitas semanais às fazendas e
utilizar o restante do tempo para os folguedos. Não dispensava os famosos babas
na praia de Av. Soares Lopes e as rodas de bar, com os amigos, bebericando
cerveja, whisky, etc. De temperamento esquentado costumava discordar de tudo e
iniciar arruaças. Não era bom de briga, mas logo sacava uma arma de fogo ou um
facão, afugentando seu oponente. O que ele gostava mesmo era de confusão. Boa
parte dos jovens de sua idade evitava sua companhia. Seguiu nesse tipo de vida
até completar quarenta e cinco anos de idade. Não teve durante todo esse tempo
de vida uma namorada fixa.
I I - GENOLINA ALEGRETE DA SILVA
era a filha mais velha de um casal de comerciantes abastados. Concluiu o curso
de ginásio e viu suas duas irmãs mais novas casarem-se enquanto ela não
conseguia um namorado. Não perdia a esperança de casar-se e ter filhos. Já
estava com os joelhos ralados de tanto rezar para Santo Antônio, na esperança
de lhe arranjar um namorado. Viu, com uma ponta de inveja, suas irmãs mais
moças casarem-se, até mesmo a caçula de dezessete anos. Já completara trinta e
dois anos e nada de pretendente, Nem mesmo solteirões sem boa aparência lhe
dirigiam qualquer gracejo. Deus é mais – dizia -, e tome-lhe promessa para
arranjar alguém.
III – PAI CID AÇU era um famoso
Babalorixá, estabelecido com um tradicional terreiro no Distrito de Olivença.
Incorporava o “Caboclo Tupinambá” e desfrutava de enorme prestigio entre os
seguidores do candomblé. Segundo alguns, operava verdadeiros milagres,
realizando inúmeras curas, através de seus despachos, preparo de panacéias, etc.
Filho de família tradi- cional, de origem polonesa, dedicou-se ao estudo de
religiões orientais e exóticas, tornando-se especialista em seitas africanas,
Umbanda, Kimbanda e Keto.
A HISTÓRIA
Num determinado dia Genolina
estava sentada num banco da avenida quando passou Zezéu num Camaro novo. Ao
passar em frente acionou a buzina do carro e ela automaticamente olhou. Zezéu
abriu vasto sorriso imediatamente correspondido. Completada a volta na avenida
Zezéu parou o carro e convidou-a para dar uma volta. É agora ou nunca, pensou
Genolina, e logo sentou-se ao lado de Zezéu. Desse modo começou o namoro mais
esperado pelos familiares de ambos, que já os consideravam dentro do
“barricão”.
Passou um ano e veio a festa de noivado,
reservada aos parentes e amigos muito próximos das respectivas famílias. No
período de noivado cuidaram de adquirir apartamento e mobiliá-lo de acordo com
o gosto do casal.
O casamento, embora pomposo,
ficou adstrito aos familiares e amigos mais íntimos, como já ocorrera no
noivado. Após a recepção, onde Zezéu, abusou um pouco do whisky e do champanhe,
recolheram-se ao apartamento, onde deveriam passar a noite de núpcias e viajar
no dia seguinte para o Rio de Janeiro, em “lua-de-mel”. Ao chegar em casa Zezéu
tomou um banho, vestiu o pijama e “caiu na cama”, já roncando, em estado de
quase coma alcoólica. Lá se foi a primeira frustração de Genolina. Chegados ao
Rio de Janeiro deixaram as malas no hotel e partiram para passeios no
Corcovado, Pão de Açúcar, Mêsa do Imperador, estrada das Canoas, floresta dos
Esquilos e outros pontos turísticos tradicionais. No fim tarde recolheram-se ao
hotel, tomaram banho, trocaram de roupa e foram para o bar. Zezéu, como de
costume, encheu a cara de whisky, antes do jantar, regado a vinho. Outra vez,
bem bêbado, escornou-se na confortável cama e roncou como “gente grande”.
Genolina, coitada, outra vez ficou a “ver navios”. Esta cena repetiu-se por
toda a semana, até o final da “lua de mel”. Ao voltar para Ilhéus, invicta, com
espessa teia de aranha na “Princesa Guilhermina”, procurou sua mãe e relatou a
triste “Odisséia”. Antes de tomar qualquer providência judicial e para evitar a
péssima repercussão que o caso causaria, resolveram procurar “Pai Cid Açu”,
cuja fama de milagreiro conheciam.
Chegaram ao famoso terreiro e
foram recebidas pelo “Pai de Santo”. Vestido a carater, “Pai Cid Açu, já
incorporando o Caboclo Tupinambá, jogou os búzios e vaticinou: “É moça, Sunçê
tá num mato sem cachorro. O marido de sunçê tá Borocochô mermo. Tupinambá acha
que essa ziquizira num tem cura, mas prá num dizê qui sunçê saiu daqui sem uma
tentativa siqué, nós vai cortá um bode preto nas encruza e passá um infuso pru
borocochô, prá vê se ele alevanta a “milionária” (aquela que nunca fica dura).
A receita é a seguinte: uma garrafa de vinho branco seco misturada cum
“pau-de-resposta”, maripuana, catuaba, pó de guaraná e raspa de piroca de
quati. Servi um cális pela manhã, um mei-dia e um à noite”. “Mermo seguindo
recomendação a risca num credito no milagre – mas num custa nada tentá”. Além
disso faça comida cum muito marisco (ostra crua, lambreta, sururu, etc.) e no
café da manhã muito aipim cozido e bolo da macaxeira mansa, conhecida por aipim
cacau”. Não custa tentá, porém Caboco Tutinambá acha qui num vai diantá; o
marido de sunçê tá brocha mermo”.
Genolina saiu da sessão muito
triste, porém partiu para a última tentativa. Seguiu à risca as recomendações
do prestigiado “Pai Cid Açu”. No primeiro e segundo dias Zezéu comeu tudo que
lhe foi oferecido, inclusive as doses do infuso. Ao ver no terceiro dia bolo de
aipim e aipim cozido no café da manhã procurou saber dos amigos prá que servia
aipim e foi informado que era bom para o tesão. Sentiu-se profundamente
ofendido. Mexeram no seu complexo. No quarto dia chegou à mesa e quando viu o
prato de aipim cozido, sacou o revolver e obrigou Genolina comer toda a porção.
Mesmo entalada teve que comer até o último pedaço do afrodisíaco. Da mesa
correu direto para a casa dos pais e relatou o sucedido. Procuraram um advogado
amigo e no mesmo dia ingressaram em juízo com uma ação de nulidade de casamento,
relatando na inicial todo o fato e solicitando perícia médica para comprovar
que o casamento não fora consumado. A requerente continuava absolutamente
virgem. A Princesa Guilhermina não fora tocada, nem de leve. Espessa teia de
aranha insistia em protegê-la.
Citado pelo Oficial de Justiça do
inteiro teor da inicial, Zezéu deixou o feito correr à revelia. Viajou para o
Rio de Janeiro onde fixou residência definitiva, isto é, até morrer, cinco anos
depois, ostentando o honroso título de BOROCOCHÔ.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
CURSO DE GASTRONOMIA
-2012
Poucas profissões evoluíram tanto nos últimos anos como a gastronomia. No Brasil e no mundo foram criadas muitas faculdades especializadas bem como múltiplos cursos dedicados formação de profissionais. No ano passado realizamos, pela MARAMATA, cursos de culinária voltados para profissionais de restaurantes, hotéis, barracas de praia e proprietários de “bufet”, em três turmas. Dois dos cursos foram voltados para peixes frutos de mar e o terceiro mais geral, abrangendo carnes, aves, massas, etc., inclusive cozinha internacional. Este ano, especificamente, estaremos realizando o curso através do nosso Blog e pelo site www.maramata.org.br., além de participar da organização, coordenação e do monitoramento de curso especial, que será promovido pela Secretaria de Turismo e pela ATIL.
Diariamente estaremos publicando
matérias alusivas ao curso e diferentemente das aulas práticas vamos abordar o
assunto (s) muito detalhadamente. Salientamos que não será um curso de
introdução à culinária devendo os participantes ter já alguma experiência na agradável
arte de lidar com os alimentos, transformando-os em finas iguarias.
Aqui na região temos algumas
dificuldades para encontrar algumas especiarias: temperos, vegetais, vinagres,
azeites, etc. Desse modo devemos modificar as receitas substituindo tais
elementos por outros, desde que não modifiquem o sabor. Também vamos orientar
no sentido de escolher, tratar e conservar peixes e frutos do mar, bem como
realizar aproveitamentos.
CUIDADOS ESPECIAIS COM OS PEIXES
Como prometemos em matéria anterior, vamos passar hoje uma
série de informações importantes sobre os peixes que vamos utilizar na
culinária. O primeiro cuidado a tomar é assegurar-se que está bem fresco. O
peixe fresco deve estar com as escamas bem firmes – as guelras com a coloração
vermelha (bem acentuada) e sem viscosidade – os olhos bem vivos, sem coloração
esbranquiçada – a barriga sem inchaço – sem cheiro ativo. Escamas que se soltam
sob pressão, guelras desbotadas e com viscosidade, olhos esbranquiçados e sem
brilho, barriga inflada e cheiro ativo, são sinais de deterioração do pescado.
Estando bem frescos devemos dedicar especial cuidado no tratamento e
conservação. Na própria peixaria devemos recomendar ao profissional que nos
atente a fazer a limpeza do peixe com todos os cuidados possíveis, para que
possamos utilizá-lo imediatamente ou congelá-lo. Embora seja costumeiro cortar o peixe em
postas prefira sempre prepará-lo em filés. O peixe cortado em postas tem o
inconveniente de ir à mesa com pele, osso, espinhas e com parte do líquido da
linha lateral. Esta linha, que fica logo abaixo da pele e se estende da cabeça
à cauda, em ambos os lados, funciona como um sexto sentido, tendo a finalidade
de transmitir ao peixe as mudanças de temperatura, variação da pressão
atmosférica, presença de outros peixes, inclusive sua posição dentro do
cardume. Abaixo vamos reproduzir seu
detalhamento, copiado da Revista Ecoaventura, onde consta todo o esquema de funcionamento.
Voltando ao assunto original, deveremos optar sempre pelo peixe tratado em filés porque podemos retirar toda a pele, o osso da coluna vertebral ou a cartilagem, bem como as espinhas. Além disso, após a retirada da pele logo notamos a linha lateral ou Sistema Sensorial Lateral, de cor avermelhada, bem escura, que deverá ser descartada. Pela linha lateral flui um líquido viscoso e escuro, de gosto muito ativo (péssimo gosto) que altera sensivelmente o paladar do peixe. Depois dessa etapa podemos prepara o peixe de acordo com a receita preferida ou congelá-lo, para uso posterior. Para congelar devemos enrolar os filés envoltos em filme plástico e dentro de vasilhas apropriadas. Bem acondicionado o peixe pode durar no mínimo seis meses, sem perder qualidade. Outro cuidado especial que devemos adotar quando da aquisição de pescado é verificar se estava congelado com vísceras. Neste caso não o adquira, pois normalmente o “bucho” (estômago) está cheio de alimento, que se deteriora e transmite o gosto e cheiro para o músculo do peixe. Logo pescado deve-se cuidar de descartar as vísceras para evitar a contaminação do musculo (carne) do peixe. Tratado o peixe, transformado em filés, sobram a cabeça e todo o espinhaço. A cabeça, que possui muita carne, pode ser aproveitada para escaldado (ensopado) com verduras ou cozida juntamente com o espinhaço para produção de caldo básico, que poderá ser utilizado em molhos especiais ou em sopas variadas.
CUIDADOS ESPECIAIS COM OS MARISCOS
Evite adquirir mariscos,
especialmente ostras, ameijoas (lambreta de coroa), mussuim (massuni), sururu,
etc. em cidades onde os manguezais recebem efluentes industriais ou esgotos,
sem tratamento, pois tais seres são filtradores e contaminam-se com extrema
facilidade, tornando-se muito perigosos para a saúde humana. Aquí em Ilhéus,
por exemplo, só é aconselhável consumir ostras apanhadas no Rio do Engenho. Os
demais manguezais estão poluídos, especialmente com esgotos da cidade e de
outras cidades vizinhas. Pessoalmente gosto de adquirir tais elementos oriundos
dos criatórios de Florianópolis e Cananéia, pois além da segurança de serem
cultivados em cativeiro ainda recebem tratamento de desinfecção com aplicação
de raios ultra-violeta, que eliminam fungos e bactérias.
Outro cuidado a ser adotado é com os camarões.
Normalmente os camarões apanhados no mar recebem cargas excessivas de sulfito.
O sulfito evita que as bactérias responsáveis pela deterioração ajam com
rapidez, apodrecendo-os. O grande problema é que tal aplicação é feita por
leigos que não colocam a dosagem correta. Ao colocá-lo em dosagem exagerada
prejudicam os camarões, conferindo-lhes gosto desagradável (gosto de enxofre)
como também causando enorme mal à saúde. O sulfito é agente cancerígeno.
Cuidado, também, ao consumir
guaiamuns. Este crustáceo é onívoro e
costuma alimentar-se de animais mortos, inclusive cobras. Só os consuma
“cevados”. Os vendedores deste crustáceo, quando conscienciosos, costumam dar
purgativos logo após a captura para só depois alimentá-los com frutas, pirão de
dendê, milho, etc. Com tais cuidados o guaiamum engorda em cerca de quinze dias
e não causa qualquer dano à saúde. Os principais purgativos usados para
“limpar” os guaiamuns são o óleo de rícino e pimenta do reino, adicionados ao
pirão de farinha de mandioca. Quando adquirir mariscos,
especialmente bivalves, verifique se estão com as valvas (conchas) fechadas.
Caso estejam abertas descarte-as, pois estão mortos e em processo de
deterioração. Depois de cozidas devem se apresentar com as valvas abertas, pois
se mantiverem fechadas estarão estragadas. Os mariscos estragados provocam
sérias intoxicações.
APROVEITAMENTOS DE PEIXES E
MARISCOS
Quando tratamos peixes
reduzindo-os a filés podemos aproveitar as cabeças e o espinhaço para produzir
caldos básicos. Tais caldos poderão ser congelados para posterior preparo de
sopas e molhos. Tal procedimento deverá também ser adotado quando cozinhamos
mariscos, com idêntica finalidade. A cabeça dos peixes também pode ser
utilizada para preparação de cozido com verduras e pirão escaldado.
PREPARAÇÃO DE CALDO BÁSICO
Separe cabeças
e espinhaço de peixe ou cabeças e cascas de camarão, lagostas e tamarutacas ou,
ainda o liquido resultante do cozimento de bivalves e adicione sal, pimenta do
reino, cebola, coentro, cebolinha, tomate, pimentão, folhas de salsão e de alho poró, junte uma garrafa de vinho
branco seco e três litros de água. Leve ao fogo, deixe ferver por cerca de uma
hora, coe, deixe esfriar e reserve o caldo. Posteriormente use o caldo, após
engrossá-lo, para sopas variadas, molhos especiais, strogonof, risotos, etc. Quando
tratarmos especificamente de sopas vamos evidenciar a importância dos caldos de
peixe, camarão e mariscos ou a mistura deles na confecção desses pratos.
MOLHO ROTIE – CALDO BÁSICO DE CARNE
Assim como aproveitamos a cabeça e o espinhaço dos peixes, a casca e a cabeça do camarão e o caldo resultante do cozimento dos mariscos, para a preparação dos caldos básicos, também deveremos usar ossos e sobras (aparas) de carnes para a elaboração do caldo básico de carne ou “rotie”. Tal molho é fundamental no preparo de strogonof, gulasch, sopas e outros molhos. Sua confecção é bem simples. Leve aproximadamente 5 quilos de ossos ao forno por 50ms. e depois coloque-os num caldeirão juntando 500 gramas de músculo ou aparas, 1 litro de vinho tinto seco, um cela picada, 3 dentes de alho, 2 talos de salsão, folhas de louro, pimenta do reino em grão e 5 litros de água. Após a fervura diminua o fogo para médio e cozinhe até reduzir o líquido à metade – cerca de 3 a 4 quilos. Coe o caldo e descarte o restante guardando-o em vasilha plástica. Se quiser o caldo mais grosso e aveludado acrescente manteiga gelada enquanto está quente e misture com um “fuê”.
TEMPEROS PARA PEIXES E MARISCOS
Alguns molhos especiais são fundamentais para destacar vários pratos. Chutneys, geleias, etc., são muitos usados na culinária de todo o mundo, em especial na oriental. Os chutneys são preparados especialmente com frutas misturadas com vinhos, açúcar mascavo e especiarias. Além dos clássicos já existentes, você mesmo pode criar vários, com excelentes resultados. Vamos aqui dar um exemplo clássico. “Mango chutney”: polpa de manga – vinho branco - açúcar mascavo – gengibre fatiado – sal – pimenta do reino – caldo de frango, peixe ou camarão. Modo de fazer: coloque numa panela a manga picada (caroço inclusive), o vinho branco, o caldo de frango e os demais elementos. Cozinhe até a polpa da manga e os demais elementos formarem uma pasta. Passe a pasta numa peneira, descarte o caroço de manga e outros resíduos e armazene num recipiente esterilizado. Use sobre vegetais cozidos ou grelhados, como acompanhamento de peixes e frutos do mar grelhados ou frango, aves de um modo geral, ou, ainda, porco assado ou javali.
MOLHO ROTIE – CALDO BÁSICO DE CARNE
Assim como aproveitamos a cabeça e o espinhaço dos peixes, a casca e a cabeça do camarão e o caldo resultante do cozimento dos mariscos, para a preparação dos caldos básicos, também deveremos usar ossos e sobras (aparas) de carnes para a elaboração do caldo básico de carne ou “rotie”. Tal molho é fundamental no preparo de strogonof, gulasch, sopas e outros molhos. Sua confecção é bem simples. Leve aproximadamente 5 quilos de ossos ao forno por 50ms. e depois coloque-os num caldeirão juntando 500 gramas de músculo ou aparas, 1 litro de vinho tinto seco, um cela picada, 3 dentes de alho, 2 talos de salsão, folhas de louro, pimenta do reino em grão e 5 litros de água. Após a fervura diminua o fogo para médio e cozinhe até reduzir o líquido à metade – cerca de 3 a 4 quilos. Coe o caldo e descarte o restante guardando-o em vasilha plástica. Se quiser o caldo mais grosso e aveludado acrescente manteiga gelada enquanto está quente e misture com um “fuê”.
TEMPEROS PARA PEIXES E MARISCOS
Os peixes e mariscos necessitam de temperos especiais para evidenciar
seus sabores. Além dos básicos, sal, azeite de olivas, leite de coco, cebola,
tomate, pimentão, coentro e cebolinha outros, facultativos, são
importantíssimos. Juntos aos demais conferem sabor especialíssimo às moquecas e
outros pratos. São eles o biri-biri, as pimentas (picantes e doces) e o coentro
largo, também conhecido por coentrão, coentro da Índia e coentro Maranhão.
TEMPEROS ESPECIAIS PARA OUTROS PRATOS
Existem vários temperos compostos utilizados na cozinha
internacional, especialmente na asiática. Tais temperos são: curry (amarelo,
verde e vermelho) – filé (extraído da árvore sassafrás, tempero usado na
culinária cajun e creolle, especialmente na jambalaia – herbes de Provence,
cuja mistura envolve segurelha, alecrim e manjericão (obrigatoriamente) podendo
receber outras ervas – raiz forte – wasabi – zaatar – galanga - cúrcuma –
zimbro – kumel (alcaravia) – dill (endro, aneto)- borragem – lavanda- pimentas
(chipote, habanero, scoth bonett – malagueta, cheiro, comari, jalapeño, etc.) –
pimenta sechuam e pimenta rosa (que não são pimentas mas sementes aromáticas e
picantes) – funcho – erva doce – zimbro -
páprica (doce e picante,(fabricadas a partir de pimentões) – sumac –
pimenta Jamaica – semente de coentro – mostarda – cardamomo- canela – cravo
- anardana – açafrão – aniz estrelado –
baunilha –urucum – dendê – cominho – macis (parte dura da casca da noz moscada)
– garam masala - shichimi togarashi (
mistura de sete especiarias, da cozinha japonesa) – katsuobushi – molho de
peixe (nam-pla) – molho de ostras, etc.
MOLHOS ESPECIAISAlguns molhos especiais são fundamentais para destacar vários pratos. Chutneys, geleias, etc., são muitos usados na culinária de todo o mundo, em especial na oriental. Os chutneys são preparados especialmente com frutas misturadas com vinhos, açúcar mascavo e especiarias. Além dos clássicos já existentes, você mesmo pode criar vários, com excelentes resultados. Vamos aqui dar um exemplo clássico. “Mango chutney”: polpa de manga – vinho branco - açúcar mascavo – gengibre fatiado – sal – pimenta do reino – caldo de frango, peixe ou camarão. Modo de fazer: coloque numa panela a manga picada (caroço inclusive), o vinho branco, o caldo de frango e os demais elementos. Cozinhe até a polpa da manga e os demais elementos formarem uma pasta. Passe a pasta numa peneira, descarte o caroço de manga e outros resíduos e armazene num recipiente esterilizado. Use sobre vegetais cozidos ou grelhados, como acompanhamento de peixes e frutos do mar grelhados ou frango, aves de um modo geral, ou, ainda, porco assado ou javali.
Prepare outros chutneys com idênticos ingredientes ou acrescentando alguns outros,
desde que compatíveis. As frutas podem ser: framboesa, amora, mirtilo,
tamarindo,jaboticaba, abacaxi, etc. Quando usar cítricos (laranja, toranja, clementina,
ponkam, sati-suma, grap-fruit, etc., retire o suco e leve à fervura para
reduzir à metade ou mais e adicione manteiga clarificada. Tempere com sal,
pimenta do reino e empregue sobre sobre o prato principal ou os vegetais
cozidos ou grelhados. Podem ser preparados ou chutneys de temperos como coentro,
salsa, estragão, etc. Passadas essas preliminares vão entrar na preparação de
pratos principais. Abordaremos cozinha de todo o mundo porém vamos começar com
a nossa e em especial a baiana.
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